quarta-feira, 17 de junho de 2015

APARIÇÕES EM ESTIVADO - CEARÁ
HISTORIA DAS APARIÇÕES
As aparições de Nossa Senhora mudaram a vida da pequena comunidade de Estivado, que fica distante 30 quilómetros de Guaraciaba do Norte, e 18 quilómetros de Ipú, na região norte do Ceará, exatamente na divisa dos dois municípios.
Tudo se iniciou em 19 de Agosto de 1994, quando algumas crianças de uma escola disseram ter visto “uma cruz branca com uma coroa de ouro, que brilhava muito com o sol”. Esse depoimento foi da vidente Diana Rodrigues da Silva, 10 anos. Mais outras sete crianças tiveram a visão.
Dentre elas estava Lilian Magalhães Rodrigues, também de 10 anos, na altura estudante da 1º série, a única a conversar com a Santíssima Virgem.
A partir da divulgação deste episódio, multidões de aproximadamente três mil pessoas foram registradas no local, nos dias quatro e sete de Setembro, quando as crianças anunciaram as aparições da Virgem Maria.
Nessa altura a professora Vera Lúcia Magalhães Benedito, tia de Lilian, fez uma espécie de diário contando o caso, e essas informações foram entregues ao bispo da Diocese de Sobral, Dom Walfrido Teixeira Vieira, através da comissão da paróquia de Ipú.
Nessa época Estivado que era um amontoado de casas pobres, de difícil acesso, com estrada tomada pelo areal, de homens que trabalhavam na lavoura, e mulheres que cuidavam dos seus afazeres domésticos, e de repente se transformou em um centro de peregrinação.
No local das aparições, antes uma mata densa, foram feitos cercados “por orientação da Santíssima Virgem, para guardar o local onde Jesus rezou”, como mencionavam os peregrinos.
A professora Vera Lúcia contava que a estrada, que anteriormente não era transitada por veículos, com exceção pelos proprietários da localidade, muitos carros passavam em direção a casa de Lilian.
As oito crianças que disseram ter visto a Santíssima Virgem eram todas da mesma escola, e na faixa etária de cinco a dez anos: Fernanda, Francisvaldo, Diana, Lívia, Lilian, Tassiana, Neto, e Francisco de Assis.
“ A Santa fica em pé em uma árvore bem verdinha, cacheada, vestida de branco, e com uma coroa na cabeça. Ela só fala com Lilian, minha colega. Da porta da escola dá para ver. Os olhos de Nossa Senhora são azuis” contava Diana, dizendo que dois anjinhos vinham deixar a Santa, e depois vinham buscar, levavam a árvore e um lencinho branco.
A mãe de Diana, Raimunda Rodrigues Ferreira, nessa altura com 45 anos, foi categórica em afirmar “estou muito preocupada com esta estória. O povo diz que as crianças vão morrer logo. Eu acredito que a Santa aparece. A menina diz que ela entra até na escola, senta nas carteiras”.
O local das aparições fica em frente a escola, onde as pessoas estão fazendo peregrinações, rezam,fazem promessas , e até carregam um pouco de areia em busca de algum milagre.
MUDANÇA NO SOL
Quem chegava ao Estivado logo encontrava alguém para falar sobre a aparição. Todas as pessoas falavam de sinais, como a cruz, que precedia a chegada da Virgem Maria, e de mudanças no sol. “ Os raios deixam de brilhar fortes e ficam brandos, com várias cores, verde, azul, manchando o céu”, disse o senhor José Catico, morador de Guaraciaba do Norte, que esteve no local com um filho fotografando o fenômeno.
No diário da professora Vera Lúcia, também tia de Lilian, pode-se encontrar a seguinte narração “no Domingo, quatro de Setembro de 1994, Lilian diz que terá um sinal no sol. Três horas da tarde o sol esfria, começa o sinal, fica como uma lua cheia, sem aqueles raios, cores se misturam naquele espetáculo maravilhoso. Um círculo rodeia a Terra. Nossa Senhora foi mais cedo, após o sinal, tinha um compromisso no céu, só voltando na Quarta-Feira sete de Setembro”.
O pai de Lilian Afonso Rodrigues, um agricultor protestante, dava ordens para que a criança ficasse trancada em um quarto, e não atender ninguém da imprensa. Mesmo não estando em casa a ordem do pai de Lilian foi cumprida pela mulher, Luiza Magalhães, católica. Certa vez estava na residência o coordenador da Renovação Carismática de Ipú, José Alves Martins, tentando um encontro com os pais de Lilian para que a menina fosse levada para uma conversa com o bispo Dom Walfrido, em Sobral. Também não conseguiu.
Falando sobre a atitude do pai, de não deixar Lilian sair de casa, José Alves mencionou que o pai queria preservar a menina, que já não tinha mais tempo para brincar nem para estudar, e que por enquanto estava sem ir à escola. E José Alves continuava: “ O local da aparição é do outro lado, mas a multidão não sai da casa da criança, o tempo todo fazendo muitas perguntas. É importante a aparição, mas é preciso que haja um controle para Lilian levar uma vida normal. A própria menina não tem interesse em ficar falando sobre isso. A pressão é do povo. Vai ser preciso recorrer às autoridades para dar segurança à família”.
José Alves informava ainda que Lilian estava sendo visitada por gente de todo o Brasil – São Paulo, Belo Horizonte... Muitos ônibus e carros pequenos chegavam ao Estivado.
A professora e tia Vera Lúcia Magalhães, irmã da mãe de Lilian, registrou no seu diário que Lilian estava sabendo dos segredos, e que benzia os terços e quadros, e na hora do sinal as pessoas cantavam, rezavam, gritavam, num barulho tremendo, aproximadamente duas mil pessoas num dia.
LILIAN E NOSSA SENHORA
Por designação do Monsenhor Francisco Ferreira de Moraes, José Ivonaldo Mendes Martins, acompanhou todo o caso da aparição de Nossa Senhora em Estivado. Ele é filho de José Alves Martins, que também faz parte da missão. Ele conversou muito com Lilian, e ela falou acerca dos pedidos da Santíssima Virgem.
Segundo Ivonaldo, Lilian disse que a Virgem Maria não quer tumulto. “Se não for feito isso, Nossa Senhora não mais aparecerá”. Em seguida ele enumera os pedidos da santíssima Virgem para Lilian: “Que as pessoas devem rezar todos os dias o rosário em família; as pessoas que chegam ao local de Estivado devem ir descalços, sem chinelos ou sapatos, e rezando”.
“Nossa Senhora disse para Lilian que no horário das 18 horas, Ela vai de casa em casa, de família em família, no mundo inteiro. Não entra nos lares em que as pessoas estão com a televisão ligada, nem nos lares das pessoas que frequentam a maçonaria, macumba, candomblé, espiritismo, etc”.
Em um depoimento, a professora Vera Lúcia relatou uma conversa com a menina: “Tia Vera, é Nossa Senhora. Ela disse que não é para dizermos que somos feios, obedecer a nossos pais, e mandou rezar o Pai Nosso, Avé Maria, e o Creio em Deus Pai.
DURAÇÃO DAS APARIÇÕES
As aparições ocorreram desde Agosto até Novembro de 1994, mas devido a inúmeros fatores, como a descrença do pai de Lilian, a própria igreja que não se manifestava, perseguições e ameaças de vários populares, tudo isso viria a ocasionar o desinteresse dos próprios videntes, sendo que alguns deles viajaram até para outros lugares, incluindo a própria Lilian. Na última aparição Nossa Senhora prometeu que voltaria para uma outra confidente.
REATAMENTO DAS APARIÇÕES
Depois de dezassete longos anos, a Virgem Santíssima voltou ao mesmo local das aparições, dessa vez se manifestando através da Sua confidente Maria Alice, de origem Angolana, e naturalidade Portuguesa.
Segundo revelação da Virgem Santíssima a Lilian e Francisco de Assis, confidentes daquela época, viria de muito longe alguém que daria continuidade às aparições, interrompidas desde aquele tempo.
Fonte: Diário do Nordeste de 18 de Setembro de 1994 e testemunhos atuais de populares.

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