segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Salvação das Calamidades



Segundo o ensinamento dos Profetas, as doenças e todas as outras formas de calamidades são devidas à desobediência aos Mandamentos Divinos. Até os desastres motivados por enchentes, furacões e terremotos são atribuídos por ‘Abdu’l-Bahá indiretamente a esta causa.
O sofrimento que acompanha o erro não é, contudo, vingativo e sim, educativo e remediador. É a Voz de Deus proclamando ao homem que se desviou do caminho reto. Se o sofrimento é grande, é só porque o perigo resultante do pecado é maior ainda, pois "a paga do pecado é a morte."
Assim como a calamidade é devida à desobediência, também é só pela obediência que a salvação da calamidade pode ser obtida. Não se trata de uma coisa acidental; nenhuma incerteza existe acerca disso. Afastar-se de Deus é sofrer um desastre inevitável, ao passo que volver-se a Deus é ter uma felicidade igualmente inevitável.
Visto ser a humanidade, em seu todo, um só organismo, entretanto, o bem-estar de cada indivíduo não só depende de seu próprio comportamento, mas também do de seus semelhantes. Se alguém comete uma boa ação a todos traz proveito. Cada um tem que suportar até certo ponto a carga do próximo, e os melhores dos homens são aqueles que sustentam a maior carga. Os santos sempre sofreram abundandemente; os Profetas sofreram superlativamente.
Bahá’u’lláh diz no Kitáb-i-Iqán:
"Deveis ter sido informados, sem dúvida, das tribulações - pobreza, degradação e outros males que têm sobrevindo a todos os Profetas de Deus e Seus companheiros. Deveis ter ouvido que as cabeças dos Seus adeptos eram enviadas a várias cidades como presentes."
Isto não é porque os santos e Profetas mereçam punição mais que os outros homens. Não, eles sofrem muitas vezes pelos pecados dos outros, e elegem sofrem por causa dos outros. O que lhes interessa é o bem-estar do mundo e não o seu próprio. A prece do verdadeiro amigo da humanidade não consiste em que ele, individualmente, se livre da pobreza, da doença ou do desastre, e sim, em que a humanidade seja salva da ignorância e do erro, e das suas inevitáveis, conseqüências. Quando deseja a saúde ou a riqueza para si, é para que possa servir ao Reino, e se a riqueza e saúde física lhe são recusadas, ele aceita sua sorte com "aquiescência radiante", pois está bem ciente de que há uma sabedoria inquestionável em tudo o que lhe suceda no caminho de Deus.
‘Abdu’l-Bahá diz:
"O desgosto e a tristeza não nos vêm por acaso; são enviados pela Divina Mercê para nosso aperfeiçoamento. Quando o desgosto e a tristeza surgem, o homem lembra-se de seu Pai que está no céu, que o pode salvar das humilhações. Quanto mais severas forem as provações por que passe um homem, maior será a colheita das suas virtudes espirituais." - Palestras de ‘Abdu’l-Bahá em Paris
À primeira vista, parece muito injusto ter o inocente que sofrer pelo culpado, mas ‘Abdu’l-Bahá assegura-nos ser apenas aparente injustiça, sendo que há de prevalecer, afinal, uma justiça perfeita:
"Quanto às crianças e aos inválidos que são perseguidos pelos opressores... para estas pessoas, há uma recompensa em outro mundo... Seu sofrimento é a maior mercê de Deus. Verdadeiramente, esta mercê do Senhor é a maior mercê de Deus. Verdadeiramente, esta mercê do Senhor é muito melhor do que todo o conforto deste mundo ou qualquer crescimento e progresso pertencentes a este lugar da mortalidade." - Tablets of ‘Abdu’l-Bahá, vol. II, pág. 337
Palavras de 'Abdu'l-Bahá sobre a oração

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