Santuário de Aparecida
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Cristo Rei
Publicado em 21 de novembro de 2012 \\ Artigos
O Ano Litúrgico, constituído por diversos ciclos, termina com a Festa de Cristo Rei. Jesus nasce com o título de Rei e é agora proclamado pela Igreja como Rei do universo. É o cume de um reinado que foi manifestado num amor extremo, selado na cruz e na glorificação eterna. Numa visão, o profeta Daniel contempla o trono de Deus e seu juízo sobre o mundo. Ele vê também alguém como “filho de homem” sobre o trono (Dn 7, 9-14). Nos Evangelhos, a expressão “filho de homem” refere-se a Jesus Cristo, àquele que veio do alto para construir o Reino de Deus.
Devemos entender que não são os poderes do mundo que determinam a história, mas sim, aquele que é o Senhor da história, fazendo triunfar o seu Reino. Isto significa que a última palavra sobre o mundo pertence a Deus. É até uma questão de fé e certeza de que as forças do mundo são meramente passageiras.
O centro da história é Jesus Cristo, que veio como Rei, caminha como Rei e termina seu ciclo na terra como Rei. É o mesmo que dizer: “aquele que é, que era e que vem”. Ele é o cumprimento da Aliança feita por Deus com Abraão lá no passado, que só acontece no gesto de doação total na prática do amor.
Mesmo dizendo que o Brasil é o maior país cristão do mundo, Jesus continua sendo o grande desconhecido pelo nosso povo. Desta forma, não criamos paixão por Ele e agimos de forma desregrada, sem compromisso social e ferindo a dignidade das pessoas. Não conseguimos perceber que o amor cristão implica defender a vida do outro, que tem o mesmo direito que nós.
Jesus nunca impôs seu poder através do uso da violência desumana, porque não tinha pretensões egoístas. Sua ação ia além dos limites do mundo e passava por uma prática de testemunho coerente e visível aos olhos da sociedade de seu tempo. Com isto Ele instaurou um reinado que contradiz com os poderes mundanos.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: cnbb
BROTA A VIDA
Publicado em 24 de outubro de 2012 \\ Artigos
Novembro. Finados. Pranteamos nossos falecidos regando sementes de vida. Vida que teima em renascer com vigor nos canteiros da existência. São lágrimas fecundas que fazem germinar sementes secas. A aparência é de semente morta. Entretanto, semeada e cultivada, florescerá cheia de viço. Assim acontece com nosso ser. Nossa vida está delimitada pelo espaço e pelo tempo, pelas medidas terrenas. Além de limitada, também nossa matéria é corruptível. Seguimos as leis da ordem natural, inexoráveis.
O que nós semeamos adquire vitalidade sob a condição da morte. Pensamento contraditório. Pensemos. Semeamos sementes, não a planta. Nossa vida corporal é como uma semente, envolta no mistério do amor de Deus, Criador e Pai. Da morte Deus faz brotar a vida. Mistério! Ele nos participa a sua vida plena, a ressurreição. Porém, não voltamos a viver a mesma vida corporal de antes. A vida terrena passa. Nosso corpo vira pó.
Nosso Pai Criador nos enviou o seu Filho com a finalidade de nos tornar participantes do mistério de sua morte e ressurreição. É nos dado participar da sua vida, vida nova, vida no Espírito. Por mais que queiramos descobrir o mistério da vida nova, não conseguimos. Deixemo-nos amar por aquele que nos amou por primeiro. Nossa razão não alcança o mistério do amor. Antes é o amor de Deus generoso e gratuito que nos alcança.
Para quem cultiva a fé e constrói a esperança, a vida não é uma sucessão de ilusões e sim um aprendizado permanente. Na terra, porém, o tempo é muito curto e talvez consigamos aprender poucas lições evolutivas. É difícil para a nossa natureza aceitar a si, aos outros, a vida cheia de contradições. Sim, a vida está cheia de contradição. Como é difícil lidar com o ser humano. Além de limitados, corremos riscos de nos corromper quando a razão e a liberdade não são canalizadas para fazer o bem.
A morte significa renascimento de vida quando eu compreender que é meu egoísmo que precisa morrer para que o amor possa nascer em mim e ao meu redor. Esse é um dos sentidos do batismo, simbolizado pela água. A água é símbolo da vida divina. Mergulhados na água somos lavados do pecado e de todo mal. Purificados, emergimos para servir a Deus e ao próximo.
A morte não é fim, mas o fim de um ciclo, dando início a um novo itinerário evolutivo. Sem uma permanente reforma interior, correspondendo a morte ao egoísmo, ninguém consegue transformar a vida, fazendo dela um dom para si e para os outros. É doando-se que também se recebe. É morrendo que se ressuscita para a vida plena. Amar é viver. Amar é morrer.
Dom Aldo de Di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba
FONTE: cnbb.org.br
Ouvintes e servidores da Palavra
Publicado em 3 de setembro de 2012 \\ Artigos
Ao longo do mês da Bíblia somos convidados a uma leitura mais assídua da Palavra de Deus. São Tiago recomenda receber com humildade a Palavra que em nós foi implantada e que é capaz de salvar as nossas almas. Não basta, porém, sermos meros ouvintes da Palavra, enganando-nos a nós mesmos, mas praticantes da Palavra (cf. Tg 1, 21-22). É a Palavra que nos salva. Mas para isso é necessário pô-la em prática como expressão de vida no amor. Não basta conhecer e saber o Evangelho; é preciso convertê-lo e transformá-lo em vida. Temos de ser terra boa, bem preparada, adubada, onde a Palavra do Senhor enraíza e cresce.
A Palavra de Deus é amor. Quem ama, cumpre e vive a Palavra. Quem se aproxima dos pobres e dos mais necessitados e se compadece dos aflitos e sofredores, é praticante da Palavra, agrada aos olhos e ao coração de Deus.
A Palavra de Deus é vida e ação. Quando a Palavra de Deus tiver produzido o seu fruto, voltará à nascente, cumprida a missão. Só será plenitude e perfeita compreensão, quando se tiver cumprido em nós (cf. Is 55, 10-11).
Deus quer a salvação de todo ser humano, e o mundo inteiro é terra boa dos seus cuidados. Por isso, mandou profetas a preparar caminhos e, chegada a plenitude dos tempos, enviou o seu próprio Filho (Gl 4, 4), divina semente, Palavra de vida eterna. Não há terreno duro onde o Senhor não lance a semente. Preocupações, riquezas e cuidados podem sufocar a Palavra, mas o amor misericordioso do Pai não rejeita nenhum de seus filhos e filhas. A nossa mediocridade e lentidão de inteligência (cf. Lc 24, 25) não impedem a mão de Deus.
A alma que lesse a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morreria de sede à beira da fonte de água viva. Portanto, redescubramos a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). Redescubramos sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização, na vida pessoal e comunitária…
Feitos discípulos(as) missionários(as) de Cristo, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciando-a aos corações acolhedores. A Palavra do Senhor seja nossa alegria diária. Recomenda-se aos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização a leitura orante da Palavra de Deus, caminho seguro para um salto de qualidade na vivência da fé e do amor.
A leitura meditada e rezada da Palavra leva a um encontro vital e transformador com Cristo, tornando-nos discípulos(as) e servidores(as) da Palavra de Deus na missão da Igreja. Aliás, a “Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela” (VD, 3). Quais filhos e filhas desta Igreja, somos enviados para anunciar a todos a Palavra que é Cristo. Tendo-a escutado, respondamos “com a obediência da fé” (cf. Rm 1, 5; 16, 26) e “o ouvido do coração”, a fim de que as nossas palavras, opções e atitudes “sejam cada vez mais uma transparência, um anúncio e um testemunho do Evangelho”, e vivamos por Ele (cf. 1 Jo 4, 9)” (CNBB, Doc 97, n. 92).
A exemplo de Maria Santíssima, vivamos a plena obediência da fé em sintonia com a Palavra de Deus. Escutando a Palavra com o ouvido do coração, cresceremos na fé, na esperança e no amor.
Por: Dom Nelson Westrupp – Bispo de Santo André
Celebrando o dia dos Pais
Publicado em 11 de agosto de 2012 \\ Artigos
Eles também têm seu dia no calendário da “sociedade de consumo”, exploradora comercialmente de nossos mais nobres sentimentos. Esse dia costuma ser comemorado com menos manifestação exterior que o Dia das Mães. Sem dúvida, com igual amor e gratidão. Tudo no pai é mais sóbrio e austero; tudo na mãe, mais carinho e doçura.
Ambos carregam, no entanto, a mesma missão com serviços complementares e igualmente necessários: são dois chamados a serem um. Na matemática do amor, um mais um não são dois, mas sempre um. Quando separados, nada mais difícil entender e desempenhar o que são: pai e mãe. Nada mais pesado do que um fazer também as vezes do outro, ou seja, um ser dois. O ideal seria homenageá-los, os dois juntos, em um só dia do calendário, em total respeito ao plano do Criador, conforme a palavra do próprio Jesus: “O que Deus uniu o homem não deve separar.” (Mt 19, 6)
Em busca da realização de seus sonhos, atrás de cada família há um homem chamado de pai. Sua dedicação e seu desprendimento jamais serão bastante proclamados. Uma de suas principais tarefas: sustentar o clima de segurança dentro do lar que não se restringe aos limites de mero fornecedor do necessário, em termos materiais, para a família. Sua função paterna é de imprescindível valor para a formação da personalidade sadia dos filhos.
Essa segurança, como a transmite? Não há de ser só por palavras com orientações e conselhos. Há de ser, sobretudo, por uma presença amiga, serena, sem perder a cabeça diante de intrincados problemas. Há de ser exercendo uma autoridade que brota do amor viril e maduro, terno e acolhedor, comunicativo e envolvente. Há de ser com aquele amor que o faz capaz de dialogar, que lhe dê força para tornar-se, não agressivo e prepotente, mas paciente e capaz de perdoar; de dizer “sim” com alegria e dizer “não” com carinho. E ser um pai para a vida toda…
Nada fácil desempenhar esta missão. Mais difícil o é em tempos atuais quando a figura de um pai autoritário não tem mais vez. A vez agora é de pai mais companheiro. Ser pai é dar a vida. É isso, e isso é tudo. Dar a vida não é, simplesmente, fazer alguém existir. A maior grandeza da missão paterna é existir para quem deu a vida.
O Dia dos Pais oferece-nos a oportunidade de refletir sobre o que seja ser filho. Comecemos por lembrar o mandamento do Senhor: “Honra teu pai e tua mãe”. A criança honra-os prestando-lhes obediência. Ao adulto, Deus ordena honrá-los sendo para eles o melhor amigo e companheiro e não os deixando sós e desamparados na velhice. Há que se dar toda ênfase ao conselho bíblico: “Meu filho, cuida de teu pai na velhice, não o desgostes em vida. Mesmo se sua inteligência faltar, sê indulgente com ele, não o menosprezes, tu que estás em pleno vigor. Pois uma caridade feita a um pai não será esquecida e no lugar dos teus pecados ela valerá como reparação.” (Eclo 3, 12-14)
Quem não precisa de um pai? A criança precisa dele para brincar de cavalinho e correr para abraçá-lo. Ele, o adolescente, para educar virilmente sua personalidade; ela, a adolescente, para descobrir no seu comportamento a figura do homem. Os jovens precisam dele para receber estímulos que os encorajem a assumir o engajamento profissional e uma família. O filho adulto há de ver nele um insubstituível amigo. E o pai, na sua velhice, não deve ser considerado um ser inútil. Se não conseguir ensinar o filho a envelhecer, terá o direito de receber dele a manifestação de um coração sempre agradecido. Precisa do pai até mesmo quem não mais o tem no mundo dos vivos.
Feliz do filho e da filha que não esquecem a memória de seu pai e podem lembrar-se do exemplo deixado por ele a ser seguido.
Dom Eduardo Koaik, Bispo Emérito de Piracicaba – SP
Fonte: CNBB
Mensagem do Papa Bento XVI por ocasião do dia do Padre
Publicado em 11 de agosto de 2012 \\ Artigos
Ser padre é ser abençoado e verdadeiramente escolhido por Deus. Sem dúvida nenhuma, somente alguém que tem Deus ao seu lado é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente um pai pode fazer. Um pai espiritual dado pelo Senhor para nos guiar no caminho da salvação.
Ser padre não é uma tarefa fácil! Deixar tudo é entregar-se completamente nas mãos do Senhor pede vocação, força e fé. Muita fé. O padre é um ser humano sujeito a tentações, fraquezas e também emoções e sentimentos. É claro que, em alguns casos, nem sempre os limites humanos são superados, mas a graça divina e a oração constante são a melhor ajuda para os momentos de dificuldade.
O padre precisa de nós tanto quanto nós dele. Precisa do nosso apoio, colaboração e compreensão; precisa do nosso amor, da nossa amizade e de nossas orações. Precisa que rezemos pedindo que Deus o santifique, ampare e console nos instantes de fraqueza; que Deus lhe dê animo e coragem para seguir confiante e com alegria em sua missão.
Este dia deve ser repleto de agradecimentos e louvor pelo padre que temos. Deve ser o dia de um abraço caloroso e fraternal, de um “muito obrigado” sincero e de festa. Ter um padre em nossas comunidades é uma benção de Deus e isto precisa ser celebrado com muito amor e alegria.
Felicidades a todos os padres. Que Deus sempre os abençoe e guarde, hoje e sempre.
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