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TROCANDO JURAS DE AMOR, ORANDO E CONHECENDO... “SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... (EDITH STEIN, 1891-1942), CARMELITA, MÁRTIR, CO-PADROEIRA DA EUROPA. EDITH STEIN É UMA LUZ QUE BRILHA NA "NOITE ESCURA" DA HUMANIDADE QUE PROCURA O CAMINHO DA TERRA PROMETIDA. SÓ O ENCONTRO COM CRISTO-LUZ TORNA AGRADÁVEL E AMADA A VIDA, NÃO RARAMENTE MARCADA PELA CRUZ, SOFRIMENTO E SOLIDÃO. QUE ESTES PENSAMENTOS DE EDITH STEIN SEJAM COMO "VITAMINA" DESTINADA A FORTALECER O NOSSO FRACO MUNDO ESPIRITUAL. ERA UM EXEMPLO... DE AMOR A JESUS.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ” - Estou te escrevendo, te amando hoje, porque é um dia muito especial para meu coração. Especial para teu coração, para os que te amam e para o universo. Saiba doce Mãe divina o meu coração tem sede de amar / Vou ao teu encontro ansioso em Te venerar...
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... ME DÊ PAZ, LUZ, AMOR, FÔRÇA, TENASIDADE, PACIENCIA, SABEDORIA, HUMILDADE, SAÚDE, FARTURA, ALEGRIA, FELICIDADE, PROTEÇÃO, E MISERICÓRDIA, DESEMBARACE O LAÇO QUE ME EMBARAÇA, SOLTE OS GRILHÕES QUE ME APRISIONAM, AJUDE PARA QUE EU ENCONTRE SOLUÇÃO PARA OS MEUS PROBLEMAS, ME FAÇA FELIZ, SÁBIO E MISERICORDIOSO.
BENÇA MÃE, PELO DIA QUE AMANHECE TRAZENDO PARA MIM, A ALEGRIA DE VIVER A SAÚDE FORTALECENDO, O AR PURO E BENFAZEJO. FAZ COM QUE EU SEJE PROTEGIDO E UNGIDO COM A SABEDORIA E JUSTIÇA DE SALOMÃO E QUE A INVEJA, INTRIGA, E CALÚNIA FIQUEM LONGE DE MIM.
BENÇA MÃE, PELO DIA QUE AMANHECE E FAZ COM QUE A MINHA VIDA SEJA UM ETERNO COLORIDO, ONDE O SOL E AS ESTRELAS RESPLANDEÇAM SEMPRE COM SEU BRILHO, ME FAZENDO ETERNO CIENTE DA PRESENÇA DE UM SANTA TÃO MARAVILHOSA QUE ME PERMITE CHAMÁ-LA DE MÃE, DIZ QUE AMA E ME ABRAÇA COMO FILHO.
Venha trocar juras de amor comigo, cubra-me com seu manto de amor, guarda-me na paz, cura-me as feridas e a dor, me faz suportar.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Que as pedras do meu caminho, meus pés suportem pisar, mesmo feridos de espinhos, me ajude a passar. Se ficaram mágoas em mim, tira do meu coração, e àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Que as pedras do meu caminho, meus pés suportem pisar, mesmo feridos de espinhos, me ajude a passar. Se ficaram mágoas em mim, tira do meu coração, e àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Se eu curvar meu corpo na dor, me alivia o peso da cruz, interceda por mim, junto a Jesus, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Libertai-me, Libertai-me, Libertai-me da raiva, do ódio, das mágoas e ressentimentos. Purificai-me, Purificai-me, Purificai-me de toda energia Anti-Amor. Enviai-me a chama do Amor Divino. Que ela seja ancorada no meu coração, para que daí transborde para todos à minha volta.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Sempre que o meu pranto rolar, ponha sobre mim suas mãos, aumenta minha fé, e acalma o meu coração. Me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim.
“SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Raio de sol de Deus Pai, tu minha doce Mãe, estenda sobre mim, a essência de seu amor. Divina água do coração de Deus Pai, me cubra com a Pomba da Paz, minha Adocicada Mãe, luz e amor de Deus Pai, fazei com que o Divino Espirito Santo, me envolva com a sua força, coragem, paciência e sabedoria.
Me ame, esteja sempre do meu lado, dentro de meu coração.
Minha “SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Você é a primavera no meu coração desértico, socorrei-me. Minha “SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Você é a chuva nos meus dias de calor, protegei-me. Minha “SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ”... Você é o aconchego nos meus dias de frio, rogai por mim.
Senhor, Deus de nossos pais, Tu conduziste a Santa Teresa Benedita à plenitude da ciência da Cruz ao momento de seu martírio. Enche-nos com o mesmo conhecimento; e, por sua intercessão, permite-nos sempre seguir em busca de ti, que és a suprema Verdade, e permanecer fieis até a morte a aliança de amor ratificada pelo sangue do amado Jesus pela salvação de todos os homens e mulheres. Te pedimos por Deus-Pai, Amém!
Concedei, Deus clementíssimo, que, celebrando Santa Teresa Benedita, recebamos em nossos corações os frutos celestes da árvore da cruz, de modo que, seguindo fielmente a Cristo na terra, mereçamos comer da árvore da vida no reino celeste. Agradeço, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
HISTÓRIA E DEVOÇÃO
Depois de procurar em vão a Verdade nos livros e nos raciocínios filosóficos, ela a encontrou na história palpitante de amor de Santa Teresa de Ávila.
Edith Stein, a caçula de uma numerosa família hebraica, nasceu em 12 de outubro de 1891 em Breslau, Alemanha. Antes de completar dois anos ficou órfã de pai. A pequena Edith era de temperamento forte, vivaz e independente. Ademais, demonstrava uma inteligência muito precoce, que lhe proporcionou o primeiro lugar da classe durante toda a sua vida escolar. Crescendo numa família praticante da religião judaica, ela acreditava em Deus e a Ele dirigia suas preces.
JOVEM FILÓSOFA À PROCURA DA VERDADE
Porém, ao atingir a adolescência, perdeu a fé na existência de Deus, parou de rezar e abandonou os estudos. Ela própria relatou mais tarde: "Com plena consciência e por livre decisão, deixei de rezar. Meus anseios de conhecer a Verdade eram minha única oração."
Aos 14 anos, decidiu retomar os estudos colegiais, para ingressar na universidade. E em 1911 matriculou-se, não em um, mas em três cursos: Filosofia, Língua Alemã e História. Naquela época era pouco comum uma mulher cursar a universidade, menos ainda ver uma jovem de 20 anos seguir três cursos ao mesmo tempo!
Todas as preferências de Edith eram para a Filosofia. Assim, mudou-se em 1913 para Göttingen a fim de assistir às aulas de Edmund Husserl, considerado o mais importante filósofo alemão da época.
Essa jovem estudante parecia haver sucumbido de todo na crise da fé, pois até já se declarava atéia. Mas, por paradoxal que pareça, ela continuava como uma incansável peregrina à procura da Verdade.
DESCOBRE A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO
E a Divina Providência, por seu lado, a guiava por caminhos misteriosos cada vez para mais perto de Deus, a Verdade Absoluta.
Afinal, Deus, o que é? Essa Verdade última, pela qual pautei minha vida, em que consiste? Qual o sentido do sofrimento? Como se explica o mal? Questões como essas povoavam a mente inquieta de Edith. Anos depois ela afirmou: "O estudo da filosofia é um contínuo caminhar à beira do abismo". E acrescentou: "Eu vivia no ingênuo auto-engano de que tudo em mim estava correto, como é frequente em pessoas sem fé, que vivem num tenso idealismo ético".
Encontrava-se ela nessa situação interior quando, por volta de 1914, fez uma análise do Pai-Nosso, não do ponto de vista religioso, mas estudando a etimologia alemã. Ficou muito impressionada com essa oração, e a repassou várias vezes.
Nessa mesma época, Edith travou conhecimento com Adolf Reinach, judeu e discípulo de Husserl, como ela. Também ele buscava a Verdade com fervor e probidade. Logo se formou entre ambos uma sincera amizade, da qual participava também sua esposa Anna. Ora, o casal Reinach estava, por assim dizer, nas vésperas de sua conversão ao Catolicismo, e isso teria em breve uma especial repercussão sobre Edith.
ENFERMEIRA VOLUNTÁRIA
Nesse ano de 1914, as atividades intelectuais na Alemanha sofreram um forte abalo com o início da Primeira Guerra Mundial. Edith voltou para Breslau e alistou-se como enfermeira voluntária. "Agora não tenho vida própria - todas as minhas forças pertencem a esse grande acontecimento. Quando a guerra terminar, e se eu ainda continuar viva, poderei pensar em meus assuntos privados." Fez um curso de Enfermagem e foi destacada para servir num hospital militar, onde, além de prestar assistência na sala de cirurgias, ficou encarregada dos doentes de tifo. Por sua disponibilidade em serviço e sua dedicação aos enfermos, especialmente os moribundos, recebeu a medalha de honra da Cruz Vermelha.
Esse hospital foi fechado e ela mudou-se para Friburgo, onde fez o curso de doutorado em Filosofia, obtendo aprovação summa cum laude (máxima com louvor).
A FORÇA DO EXEMPLO
Pouco tempo depois, a Providência lhe pôs diante dos olhos dois episódios que, como flashes fotográficos, iluminaram a alma dessa jovem doutora a caminho da conversão.
Certo dia, visitando a Catedral de Friburgo com objetivo meramente turístico, ela viu entrar uma mulher com sua cesta de compras e ajoelhar-se para fazer uma breve oração. "Isso era algo completamente novo para mim, pois eu só entrava em sinagogas e em igrejas protestantes para o culto religioso comunitário. Ali, em contra partida, estava alguém que acudia a uma igreja vazia em meio às ocupações diárias, como que para um diálogo confidencial com Deus. Disso nunca me esqueci" - relatou ela.
A outra cena deu-se na casa de um camponês católico onde ela se hospedara durante um passeio. Causou-lhe profunda impressão ver esse pai de família fazer pela manhã uma oração com os seus empregados, antes de irem para os trabalhos do campo.
ENFIM, A CONVERSÃO
Adolf Reinach - o amigo de Edith que, como ela, estava à busca da Verdade - faleceu em 1917. Visitando a viúva, Anna Reinach, surpreendeu-se ao vê-la cheia de paz e serenidade, com mais esperança que sofrimento! Ficou atônita e, ao mesmo tempo, maravilhada quando esta lhe comunicou sua conversão e lhe explicou o papel da Cruz de Cristo. "Esse foi o meu primeiro encontro com a Cruz e com a força divina que ela transmite aos que a carregam. Foi o momento em que a minha descrença desmoronou" - confidenciou mais tarde.
Por volta de 1918, Edith leu os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, por mero interesse acadêmico. Entretanto, ao perceber a densa espiritualidade contida nessa obra, fez os trinta dias de meditações, no fim dos quais desejou ardentemente se tornar católica. Todavia, precisou vencer ainda algumas batalhas interiores antes de chegar à conversão definitiva.
Esta chegou no verão de 1921. Edith foi convidada a passar algumas semanas na casa de campo de uma amiga em Bergzabern, perto de Spira. Certo dia, estando só na casa, apanhou ao acaso um livro na estante. Deus lhe punha nas mãos a "Vida de Santa Teresa de Ávila, escrita por ela mesma". "Comecei a ler e fiquei tão arrebatada que não consegui parar até terminá-lo. Quando o fechei, disse comigo mesma: ‘Esta é a Verdade!'"
Depois de procurar em vão a Verdade nos livros e nos raciocínios filosóficos, ela a encontrou na história palpitante de amor da grande mística reformadora do Carmelo, cujo exemplo perfumava ainda as almas, cinco séculos após sua morte.
No dia seguinte, ela comprou o Catecismo e o Missal e, depois de estudar meticulosamente o conteúdo desses livros, foi pela primeira vez assistir a uma Missa, após a qual procurou o Pároco e pediu o Batismo, que lhe foi conferido poucos meses depois, no dia 1º de janeiro de 1922.
PROFESSORA APOSTÓLICA
Não foi por mero acaso que a Virgem Maria pôs nas mãos dessa alma de escola autobiografia da grande Santa Teresa. Já no dia de sua conversão ela sentiu-se de tal forma chamada à vida contemplativa na Ordem do Carmo que logo relegou todas as ambições mundanas e passou a levar uma vida de carmelita, tanto quanto lhe permitiam as circunstâncias.
Entretanto, seu diretor espiritual, Mons. Canon Schwind, julgou mais proveitoso para a Igreja que ela empregasse seus talentos no apostolado leigo, e convidou-a a lecionar Alemão e História no Instituto de Educação de Santa Maria Madalena, em Spira. Ela fez então in pectore os votos de pobreza, obediência e castidade e tornou-se professora. A Fräulein Doktor (Senhorita Doutora), como ficou conhecida, expressava-se com perfeição em seis idiomas. Conhecia e traduzia com facilidade as obras de São Tomás de Aquino.
No entanto, mais do que lecionar, ela se empenhava em "ajudar as alunas a moldar a vida no espírito de Cristo". E, persuadida de que "Frei Exemplo é o melhor pregador", fazia seu apostolado principalmente através de uma autêntica vida de piedade: passava horas ajoelhada ante Jesus Sacramentado, como se nada mais existisse no mundo, e tinha uma profunda devoção ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem Maria.
CONFERENCISTA E CATEDRÁTICA
Entre 1928 e 1933, por iniciativa de um insigne sacerdote, percorreu a Europa, fazendo conferências sobre o papel da mulher católica na família e na sociedade, apresentando como modelo Maria, a Virgem Mãe. Em 1932 foi nomeada para a Cátedra de Antropologia no Instituto Alemão de Pedagogia Científica, de Münster. Nessa época, porém, sopravam já os maléficos ventos do nazismo, de modo que pouco tempo depois ela perdeu o posto, devido à sua ascendência judaica.
UMA NOVIÇA A CAMINHO DA SANTIDADE
Se para ela essa demissão arbitrária foi um bem ou um mal, não vem ao caso analisar neste artigo. O fato concreto é que no dia 14 de outubro de 1933 ela ingressou no Carmelo de Colônia. Em abril de 1934, recebeu o hábito carmelitano. Edith Stein estava morta para este mundo, nascia uma nova esposa de Cristo, Irmã Teresa Benedita da Cruz.
Não lhe correu fácil o noviciado, tendo ela já 43 anos, e entre as freiras sua ciência filosófica pouco valia. Ademais, o trabalho manual era parte importante da vida monástica e Irmã Teresa era muito desajeitada... A mestra de noviças não deixava de repreendê-la nas ocasiões oportunas, e ela nunca se mostrou ressentida. Pelo contrário, sabia que esses pequenos sacrifícios faziam parte de sua caminhada rumo à santificação, e aceitava tudo com serenidade.
O falecimento de sua mãe, em 1936, deixou sua irmã Rosa livre para receber o Batismo, que desejava ardentemente, e ser acolhida como terciária carmelita no mesmo mosteiro de Colônia. As duas irmãs permanecerão unidas até a morte.
"OS JUDEUS CATÓLICOS, NOSSOS PIORES INIMIGOS"
Na segunda metade da década de 1930, acentuava-se cada dia mais o antagonismo entre o partido nazista e o ensinamento da doutrina católica. O governo encabeçado por Hitler perseguia disfarçadamente a Igreja. Quando, em 1937, o Papa Pio XI condenou de maneira contundente o nacional-socialismo através da Encíclica Mit brennender Sorge (Com ardente preocupação), cresceu a animadversão dos hitleristas: acentuou-se a campanha anticlerical, muitos bispos foram agredidos em público e milhares de fiéis foram deportados para os campos de concentração.
Para evitar que o Carmelo de Colônia corresse perigo por sua presença, Irmã Teresa Benedita pediu transferência para algum convento fora da Alemanha. Antes de ser atendido esse seu pedido, delegados do governo nazista violaram a clausura do mosteiro, à sua procura. À vista disso, ela foi transferida às pressas para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um ano e meio depois, sua irmã Rosa foi se juntar a ela.
Em julho de 1942, os Bispos holandeses tomaram posição formal contra os nazistas, em defesa dos judeus injustamente perseguidos. O revide do regime nazista não se fez esperar. No dia 2 de agosto, agentes da Gestapo arrancaram do convento as duas irmãs, que foram deportadas para o campo de concentração de Westerbork, norte da Holanda, juntamente com outros 242 judeus católicos. O comissário geral Schmidt, reconheceu de público que essa tirânica medida tinha sido tomada como retaliação à corajosa atitude do Episcopado: "Como o clero católico não se deixa dissuadir por nenhuma negociação, vemo-nos forçados a considerar os judeus católicos como os nossos piores inimigos e, por essa razão, a deportá-los para o Leste o mais depressa possível".
PARECIA UMA IMAGEM DA "PIETÀ" SEM O CRISTO
Compreende-se facilmente o desânimo e mesmo o desespero desses infelizes, arrancados com brutalidade de seus lares e transportados em vagões de carga para um campo de concentração. Irmã Teresa, porém, não se deixou abater. Nos poucos dias em que ali permaneceu, manteve-se galhardamente trajada com seu hábito de carmelita, a todos impressionando pela sua fortaleza de ânimo, serenidade e recolhimento. Todo o tempo em que a "Freira Alemã", como era chamada, não passava em oração, ela o empregava em consolar os aflitos, confortar as mulheres e cuidar das crianças. Ela era uma "Pietà sem Cristo" - declarou uma testemunha sobrevivente.
MORTA POR ÓDIO À FÉ CATÓLICA
Em 7 de agosto, os esbirros do governo embarcaram Sor Teresa Benedita e sua irmã Rosa - juntamente com centenas de outros judeus - em um trem rumo ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Uma tétrica viagem de quase três dias, sem água e sem alimentos. Logo na chegada, no dia 9, foram mortas na câmara de gás e em seguida seus corpos foram cremados e as cinzas espalhadas pelos campos.
Edith Stein morreu vítima do odium fidei do regime hitleriano. O Pe. Hopster, SVD, afirma isso claramente: "Após ter ouvido as explicações do comissário Schmidt, pode-se declarar que os religiosos presos nesta ocasião foram mortos em testemunho da Fé. Sua prisão foi efetuada por ódio às palavras de nossos bispos. Eram, pois, os bispos e a Igreja os visados e atingidos com a deportação dos religiosos e católicos de origem judaica".
Somente em 1947 as carmelitas de Echt e Colônia tiveram notícia segura a respeito da morte de Santa Teresa Benedita da Cruz, e puderam transmiti-la às demais casas da Ordem: "Não mais a procuremos sobre a terra, mas junto de Deus a quem foi agradável o seu sacrifício, fazendo-o frutificar em favor do povo pelo qual rezou, sofreu e morreu".
A CONCLUSÃO DO LIVRO "A CIÊNCIA DA CRUZ"
Todos os momentos livres de sua vida de carmelita, e também parte da noite, Sor Teresa Benedita os dedicava à redação da obra "A Ciência da Cruz", que lhe tinha sido encomendada para assinalar o quarto centenário do nascimento de São João da Cruz. Contudo, não logrou terminá-la. Ou melhor, ela a concluiu sim, mas não por escrito: a conclusão se efetivou com a entrega de sua própria vida. Da mesma forma que a Verdade eterna se manifestou ao mundo plenamente num Homem, Jesus, e não escrita num livro.
Dela se pode dizer o que afirmou de si próprio o Apóstolo dos Gentios: combateu o bom combate, recebeu a coroa de glória. Foi canonizada em 1998 e, no ano seguinte, proclamada co-padroeira da Europa, junto com Santa Brígida e Santa Catarina de Sena.
LITURGIA DAS HORAS... Do livro «A ciência da cruz» de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Steins Werke, ed. L. Gelber - R. Leuven, T. I, Freiburg 1983, pp. 15-16) Para os que creem no Crucificado abre-se a porta da vida.
Cristo tomou sobre Si o jugo da Lei, cumprindo plenamente a Lei e morrendo pela Lei e através da Lei. Assim libertou da Lei aqueles que querem receber d’Ele a vida. Mas eles sabem que só poderão recebê-la se oferecerem a sua própria vida. Porque os que foram batizados em Cristo foram batizados na sua morte. Submergiram-se na vida de Cristo, para se tornarem membros do seu Corpo, destinados a sofrer e morrer com Ele, mas também a ressuscitar com Ele para a vida eterna, a vida divina.
Para nós, evidentemente, esta vida atingirá a sua plenitude no Dia do Senhor. Contudo, já desde agora – «na carne» – participamos da sua vida quando acreditamos: acreditamos que Cristo morreu por nós para nos dar a sua vida. É esta fé que nos permite ser uma só realidade com Ele, como os membros com a cabeça, e nos abre a torrente da sua vida. Assim, esta fé no Crucificado – a fé viva, que está associada ao vínculo do amor – constitui para nós a entrada na vida e o princípio da futura glorificação. Por isso a cruz é o nosso único título de glória: Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Quem decidiu aderir a Cristo morreu para o mundo e o mundo para ele. Leva no seu corpo os estigmas do Senhor. É débil e desprezado perante os homens; mas por isso mesmo é forte, porque na fraqueza se manifesta o poder de Deus.
Tendo consciência disto, o discípulo de Jesus aceita não somente a cruz que lhe é imposta, mas crucifica-se a si mesmo: Os que são de Cristo crucificaram a sua carne com as suas paixões e concupiscências. Suportaram um combate implacável contra a sua natureza, a fim de que morra neles a vida do pecado e dê lugar à vida do espírito. Porque é esta que importa.
Contudo a cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo; é o cajado de pastor com que o divino David sai ao encontro do David infernal e com o qual bate fortemente à porta do Céu e a abre. Então brotam as torrentes da luz divina que envolvem todos aqueles que seguem o Crucificado.
SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN, 1891-1942), CARMELITA, MÁRTIR, CO-PADROEIRA DA EUROPA. – POESIA “NOITE SANTA” “A FIM DE QUE TODO O HOMEM QUE ACREDITA TENHA A VIDA ETERNA”
Meu Senhor e meu Deus, Tu guiaste-me por um longo caminho obscuro, pedregoso e duro.
As minhas forças pareciam muitas vezes quererem abandonar-me, Quase não esperava ver mais um dia a luz.
As minhas forças pareciam muitas vezes quererem abandonar-me, Quase não esperava ver mais um dia a luz.
O meu coração petrificava-se num sofrimento profundo.
Quando a claridade duma doce estrela se elevou aos meus olhos. Fiel, ela me guiou e eu segui-a Um pouco tímida no início, mais firme depois.
Cheguei, finalmente, à porta da Igreja. Ela abriu-se. Pedi para entrar.
A bem-aventurança acolheu-me pela boca do teu sacerdote.
No interior, as estrelas sucedem-se, Estrelas de flores vermelhas que me indicam o caminho para ti.
E a tua bondade permite que elas me iluminem no meu caminho para ti.
O mistério que me fazia manter escondido no fundo do meu coração, Eu posso doravante anunciar em alta voz: Eu creio, eu confesso a minha fé!
O sacerdote conduziu-me aos degraus do altar, Inclino a fronte, A água santa escorre sobre a minha cabeça.
Senhor, é possível alguém renascer em meio da vida? (Jn3.4) Tu o disseste, e isto para mim tornou-se realidade.
O peso das faltas e dos castigos da minha longa vida deixaram-me.
De pé, recebi o manto branco sobre os meus ombros, Símbolo luminoso da pureza!
Levei na mão o círio cuja chama anuncia Que em mim arde a tua vida santa.
O meu coração tornou-se doravante o berço que espera a tua presença.
O meu coração tornou-se doravante o berço que espera a tua presença.
Por pouco tempo! Maria, tua mãe, que é também a minha, deu-me o seu nome.
À meia-noite ela coloca no meu coração o seu filho recém-nascido. Oh! Nenhum coração humano pode conceber O que tu preparas para aqueles que te amam (1Co 2,9).
Doravante tu és meu e nunca mais te deixarei. Onde quer que vá o caminho da minha vida, tu estarás comigo. Nada jamais poderá separar-me do teu amor (Rm 8,39).
FRASES E PENSAMENTOS DE SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ
1 - Que possamos voltar o olhar à Mãe de Deus, Maria, nas bodas de Canaã O seu olhar silencioso e perscrutador observa tudo e repara onde falta alguma coisa. E antes que alguém perceba e ocorra algum embaraço, ela já prestou a sua ajuda. Encontra meios e modos, dá as indicações necessárias, e isso tudo em silêncio, sem deixar perceber nada.
2 - Dar espaço a Deus na alma, significa empreender uma luta sem medida contra a própria natureza, é abraçar a própria cruz e abandonar-se à crucifixão.
3 - Cristo faz dom de sua vida para abrir aos homens a entrada para a vida eterna. Portanto, para conquistar a vida eterna, também os homens devem sacrificar a vida terrena.
4 - Como o corpo terreno tem necessidade do pão cotidiano, assim, a vida divina em nós pede contínuo alimento. “Este é o pão da vida, descido do céu.” E em nós quem o faz tornar-se seu pão cotidiano, a cada dia se realiza o mistério do Natal, a encarnação do Verbo.
5 - Quanto mais uma pessoa vive recolhida no íntimo da sua alma, mais forte é a irradiação que parte dela e atrai os outros ao seu redor.
6 - Para conseguir ver atendidos os pedidos que temos no coração, não existe meio melhor do que aquele de colocar a eficácia de nossa oração no pedir a Deus aquilo que lhe causa mais prazer.
7 - A essência mais íntima do amor é a doação. Deus que é amor, dá-se à criatura que ele mesmo criou por amor.
8 - Cada um deve conhecer a si mesmo para saber onde e como poderá encontrar a serenidade e a paz.
9 - A ciência mais íntima do amor é a doação. Deus que é Amor, doa-se nas criaturas que Ele criou para o amor.
10 - Uma coisa é certa, que vivamos no momento e no lugar presentes para alcançar a nossa salvação e a daqueles que nos foram confiados.
11 - A oração é uma escada de Jacó, pela qual o homem eleva sua alma a Deus e a graça de Deus desce ao homem.
12 - Deus não exige nada do homem, sem oferecer-lhe ao mesmo tempo, a força para isso.
13 - Aqueles que entendem o que é a cruz de Cristo, devem carregá-la em nome de todos.
14 - Não é possível separar alguém por distância de espaço, quando estamos unidos a Deus.
15 - O caminho para a vida interior é Cristo.
16 - A oração da Igreja é a oração de Cristo que continua vivo.
17 - A doação a Deus sem limites, a divina oferta, a plena e duradoura união, é a maior elevação do coração, alcançável por nós; é o maior grau de oração.
18 - Maria nos gerou segundo a vida da graça, dando-se totalmente, de corpo e alma, para ser a Mãe de Deus.
19 - Não é a atividade humana que pode salvar-nos, mas só a Paixão de Cristo.
20 - Quem procura a verdade, consciente ou não, procura Deus.
21 - A cruz é o caminho que conduz da terra ao céu. Quem a abraça com fé, amor, esperança, é levado para o alto, até o seio da Trindade.
22 - Precisamos dos momentos, em que escutando em silêncio, deixamos agir em nós a Palavra divina, até que ela nos leve no sacrifício de louvor e no sacrifício da ação, a dar frutos.
23 - Para poder nos dar a Deus com amor devemos reconhecê-lo como Aquele que ama.
24 - “Ama o teu próximo como a ti mesmo”, é o tomado sem reservas nem reduções. O meu próximo não é aquele que me é simpático, mas é aquele que está junto de mim, sem exceção alguma.
25 - Quanto mais se resiste no silêncio, menos se sente o mal.
25 - No recolhimento e no silêncio se realiza a obra da salvação. No diálogo silencioso do coração com Deus, são preparadas as pedras vivas pelas quais se constrói o reino de Deus…
26 - Deus mesmo nos educa a caminharmos com a mão na sua mão, isto por meio da liturgia da Igreja.
27 -. Ajudar Cristo a carregar a cruz proporciona uma alegria forte e pura e aqueles que podem e a levam, os construtores do Reino, são os autênticos filhos de Deus.
28 - Se Deus está em nós, e se Deus é amor, é inevitável que nós sejamos irmãos: por isso o nosso amor pelo próximo está na medida do nosso amor por Deus.
29 - A Virgem que guardava no seu coração cada palavra que Deus lhe dirigia, é o modelo das almas atentas nas quais é revivida a oração de Jesus sumo Sacerdote.
30 - Quem se entrega ao Senhor sem reservas, Ele o escolhe como instrumento, para construir o seu reino.
31 - Estás diante do Senhor que pende da Cruz com o coração despedaçado; Ele derramou o sangue de seu coração para conquistar o teu coração.
32 - Estar diante da face do Deus Vivo, esta é a nossa vocação.
33 - Na Paixão e morte de Cristo, os nossos pecados foram apagados. Se acolhermos com fé essa verdade, aceitando fielmente, e sem reservas, o Cristo por inteiro, de modo a escolher e trilhar o caminho da imitação de Cristo, Ele, através de sua Paixão e morte nos conduzirá à glória da ressurreição.
34 - Maria, hoje permaneci contigo sob a cruz e jamais sentira tão claramente que foi sob a cruz que te tornaste nossa Mãe.
35 - Quanto mais escuridão se faz ao nosso redor, mais devemos abrir o coração à luz que vem do alto.
36 - É preciso alimentar a vida espiritual, especialmente quando se deve dar muito aos outros.
37 - A cruz serve de bastão para acelerar a marcha para o cume.
38 - A vida divina acesa na alma é a luz vinda nas trevas, é o milagre da noite santa.
39 - Quanto mais elevado é o grau de união amorosa ao qual Deus destina a alma, tanto mais profunda e persistente deverá ser a sua purificação.
40 - A virtude do Espírito Santo cobriu a Virgem Maria enquanto esta, sozinha, rezava e realizou a Encarnação do Redentor.
41 - Somente no momento em que a alma, por amor a Deus, se despojar de tudo o que não é Deus, e o amor é isso, poderá ser iluminada e transfigurada em Deus.
HINO AO ESPÍRITO SANTO, DE SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN)
Num clima místico, poucos meses antes da sua deportação para Auschwitz, nasce uma das mais belas orações de Edith Stein, Santa Benedita da Cruz. Um hino ao Espírito Santo. Foi o seu «último pentecostes».
1 - Quem és tu, Doce luz que me preenche e ilumina a obscuridade do meu coração? Conduzes-me como a mão de uma mãe E se me soltasses, não saberia nem dar mais um passo. És o espaço que envolve todo meu ser e o encerra em si. Se Fosse abandonado por ti cairia no abismo do nada, de onde tu o elevas ao Ser. Tu, mais próximo de mim que eu mesmo e mais íntimo que minha intimidade, E, sem dúvida, permaneces inalcançável e incompreensível, E que faz brotar todo nome: Espírito Santo — Amor eterno!
2 - Não és Tu O doce maná que do coração do Filho flui para o meu, alimento dos anjos e dos bem aventurados? Aquele que da morte à vida se elevou, Também a mim despertou a uma nova vida Do sono da morte. E nova vida me doa Dia após dia. E um dia me cumulará de plenitude. Vida de minha Vida. Sim, Tu mesmo, Espírito Santo, – Vida Eterna!
3 - Tu és o raio que cai do Trono do Juiz eterno e irrompe na noite da alma, que nunca se conheceu a si mesma? Misericordioso e impassível penetras nas profundezas escondidas. Se ela se assusta ao ver-se a si mesma, Concedes lugar ao santo temor, princípio de toda sabedoria que vem do alto, e no alto com firmeza nos unes à tua obra, que nos faz novos, Espírito Santo — Raio penetrante!
4 - Tu és a plenitude do Espírito e da força com a qual o Cordeiro rompe o selo do segredo eterno de Deus? Impulsionados por ti os mensageiros do Juiz cavalgam pelo mundo e com espada afiada separam o reino da luz do reino da noite. Então surgirá um novo céu E uma nova terra, e tudo retorna ao seu justo lugar graças a teu alento: Espírito Santo — Força triunfante!
5 - Tu és o mestre construtor da catedral eterna que se eleva da terra aos céus? Por ti vivificadas as colunas se elevam Para o alto e permanecem imóveis e firmes. Marcadas com o nome eterno de Deus se elevam para a luz sustentando a cúpula, que cobre, qual coroa, a santa catedral, tua obra transformadora do mundo, Espírito Santo — Mão criadora!
6 - Tu és quem criou o claro espelho, Próximo ao trono do Altíssimo, como um mar de cristal aonde a divindade se contempla amando? Tu te inclinas sobre a obra mais bela da criação, e resplandecente te ilumina com teu mesmo esplendor. E a pura beleza de todos os seres, Unida à amorosa figura da Virgem, tua esposa sem mancha: Espírito Santo — Criador do Universo!
7 - Tu és o doce canto do amor e do santo recato, que eternamente ressoa diante do trono da Trindade, e desposa consigo os sons puros de todos os seres? A harmonia que une os membros com a Cabeça, onde cada um encontra feliz o sentido secreto de seu ser, e jubilante irradia, livremente desprendido em teu fluir: Espírito Santo — Júbilo eterno! Santa Benedita da Cruz In Pátio dos Gentios


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