Da obrigatoriedade do uso do traje eclesiástico
5ª objeção: o que importa é o interior
Com tais “espiritualistas” a Igreja sempre teve de lidar. Desde os cátaros, os albigenses, os joaquimitas, a seita dos espirituais, houve quem, a pretexto de pureza, contrapusesse interior e exterior, alma e corpo, num resquício evidente do mais grosseiro platonismo e da mais perniciosa gnose.
É bem verdade que a alma é a forma e o corpo a matéria do ser humano, e que aquela lhe é superior. Mas os dois constituem-se em uma única substância, de modo que, mesmo separando-se na morte, tendem alma e corpo a se reunir no Juízo Final: cremos na ressurreição da carne. Assim, alma e corpo não são uma coisa só nem são iguais, porém tampouco são inimigos. A alma não deve libertar-se do corpo, mas dominá-lo, subjugá-lo, para que este, livre das paixões, sirva àquela.
Desmerecer o exterior – e, portanto, atacar a batina, o hábito e o clergyman, ou relativizá-los – é confessar a mais absoluta ignorância em matéria de antropologia religiosa, e filiar-se à gnose, ao puritanismo, ao espiritualismo, em tudo contrários ao autêntico pensamento católico!
O interior é o mais importante, claro, e o hábito não faz o monge. Sem embargo, o exterior deve refletir o interior. E as vestes têm a função de demonstrar o interior. O médico tem uma veste própria, o juiz traja uma toga, os escolares têm seus uniformes, e os militares as suas fardas. Nem o médico, nem o juiz, nem o escolar, nem o militar são o que são por suas vestimentas. Mas usam suas vestimentas porque são o que são. O padre não é padre por usar traje clerical, entretanto usa traje clerical porque é padre. A freira não é freira por usar hábito, todavia usa hábito porque é freira.
Embora batinas, hábitos e camisas clericais não se prestem ao serviço litúrgico nem se confundam com os paramentos, desmerecer o exterior para favorecer o não uso do traje eclesiástico é também diminuir a liturgia, pois o culto que prestamos a Deus, apesar de ser fundamentalmente interior, deve ser expresso em sinais e ritos visíveis, como ensinava o saudoso Pontífice Pio XII, em sua Encíclica Mediator Dei. Se acatarmos a tese de que só o interior basta, não teremos apenas de abandonar o traje eclesiástico, mas as próprias regras litúrgicas, os paramentos, o incenso, as velas, os livros, os ritos… Não estranha que os principais inimigos da norma eclesiástica que manda o uso do traje estejam entre os que mais abusos cometem em liturgia.
goo.gl/RR9IIV
5ª objeção: o que importa é o interior
Com tais “espiritualistas” a Igreja sempre teve de lidar. Desde os cátaros, os albigenses, os joaquimitas, a seita dos espirituais, houve quem, a pretexto de pureza, contrapusesse interior e exterior, alma e corpo, num resquício evidente do mais grosseiro platonismo e da mais perniciosa gnose.
É bem verdade que a alma é a forma e o corpo a matéria do ser humano, e que aquela lhe é superior. Mas os dois constituem-se em uma única substância, de modo que, mesmo separando-se na morte, tendem alma e corpo a se reunir no Juízo Final: cremos na ressurreição da carne. Assim, alma e corpo não são uma coisa só nem são iguais, porém tampouco são inimigos. A alma não deve libertar-se do corpo, mas dominá-lo, subjugá-lo, para que este, livre das paixões, sirva àquela.
Desmerecer o exterior – e, portanto, atacar a batina, o hábito e o clergyman, ou relativizá-los – é confessar a mais absoluta ignorância em matéria de antropologia religiosa, e filiar-se à gnose, ao puritanismo, ao espiritualismo, em tudo contrários ao autêntico pensamento católico!
O interior é o mais importante, claro, e o hábito não faz o monge. Sem embargo, o exterior deve refletir o interior. E as vestes têm a função de demonstrar o interior. O médico tem uma veste própria, o juiz traja uma toga, os escolares têm seus uniformes, e os militares as suas fardas. Nem o médico, nem o juiz, nem o escolar, nem o militar são o que são por suas vestimentas. Mas usam suas vestimentas porque são o que são. O padre não é padre por usar traje clerical, entretanto usa traje clerical porque é padre. A freira não é freira por usar hábito, todavia usa hábito porque é freira.
Embora batinas, hábitos e camisas clericais não se prestem ao serviço litúrgico nem se confundam com os paramentos, desmerecer o exterior para favorecer o não uso do traje eclesiástico é também diminuir a liturgia, pois o culto que prestamos a Deus, apesar de ser fundamentalmente interior, deve ser expresso em sinais e ritos visíveis, como ensinava o saudoso Pontífice Pio XII, em sua Encíclica Mediator Dei. Se acatarmos a tese de que só o interior basta, não teremos apenas de abandonar o traje eclesiástico, mas as próprias regras litúrgicas, os paramentos, o incenso, as velas, os livros, os ritos… Não estranha que os principais inimigos da norma eclesiástica que manda o uso do traje estejam entre os que mais abusos cometem em liturgia.
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