sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

PRÓLOGO



Desde 1814, quando começaram a chegar os primeiros povos, em nossa cidade, a Fé era a grande razão da existência desses campos, que aqui com muito carinho dizemos CAMPO LARGO, este município que é velado pelo amor da Mãe Da Piedade.
Nossa Senhora da Piedade foi escolhida para ser a nossa padroeira para que nós recordemos de seu infinito amor.
Maria nos é dada como Mãe aos pés da Cruz, quando Jesus entrega a seu melhor amigo João para que ele, representando toda a Igreja possa cuidar Dela com muito carinho. E Jesus dá João como filho a Maria para que ela reja e guarde-o e toda a Igreja.
É assim que Nossa Senhora da Piedade nos olha com um olhar maternal, desde que iniciou a povoação em Campo Largo ela está ali esperando na Igreja da Praça de portas abertas.
Muita história se passou e se passa nesse templo que antes de mais nada é a casa do Pai, onde os filhos voltam arrependidos pedir seu perdão, e agradecer sua bondade.
Vamos conhecer um pouco dessa história que nos acompanha em nossa semana quando vamos para a missa ou outras celebrações na Igreja Matriz.
Espero um dia que possamos ser parte agradável dessa história.
Em gesto de gratidão, ofereço este trabalho a Sua Excelência Reverendíssima DOM PEDRO ANTONIO MARCHETTI FEDALTO, digníssimo Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Curitiba, professor e amigo que me ensinou amar HISTÓRIA, a ele que nunca somou esforços em lecionar História da Igreja Católica no Paraná no período do Seminário Propedêutico São João Maria Vianney.
Que Nossa Senhora da Piedade interceda a Deus Pai uma especial benção a todo esse Município consagrado a ela.
Despeço-me com um grande e forte abraço fraterno em Cristo.
SEM. MURILO ANTONIO MELO
CAMPO LARGO, 25 DE DEZEMBRO DE 2009.
Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

A IGREJA DA PRAÇA DE CAMPO LARGO DA PIEDADE

Com abertura de um novo caminho de Curitiba para São Paulo, a denominação “Campo Largo” passou a ser usado documentalmente; contudo não se sabe ao certo a época em que se deu o desbravamento do território que hoje constitui o Município de CAMPO LARGO.
Sabe-se que a primeira pessoa a habitar esta terra -então sesmaria- foi o português CORONEL ANTÔNIO LUIZ, conhecido como “TIGRE”.
Homem austero, trabalhador, caridoso e muito generoso, Coronel Antônio Luiz residia na Fazenda Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá; aí construiu uma capela consagrada a Nossa Senhora da Conceição, sendo a primeira Igreja na vasta região dos Campos Gerais, em 1709, cuidada pelos Frades Carmelitas que realizavam missas, casamentos, batizados e outras celebrações litúrgicas, atendendo os habitantes da localidade e de Palmeira. Com o falecimento do Coronel, a sesmaria começou a pertencer a diversas pessoas.
Em 1814, o Capitão João Antônio da Costa, residente em Curitiba, doou o Campo onde hoje está situado o município, para que se estabelecessem as pessoas que desejassem sem qualquer pensão, a primeira casa foi do Tenente Joaquim Lopes Cascais.
Para que a terra progredisse, eram necessários homens de caráter firme, com fé e boa vontade, para que se dedicassem ao comércio e à lavoura. Homens como o Capitão Antônio Pinto de Azevedo Portugal, José Ferreira Pinto, Diogo Pinto de Azevedo Portugal, João Pinto de Azevedo Portugal, Romualdo Ferreira de Azevedo Portugal, Major Antônio de Paula Xavier, Pedro Martins Saldanha, Manoel Martins da Rocha, Felipe Müller, Nicolau Küster, Domingos Antônio Cunha, José Joaquim Ferreira de Moura, Manoel Ribeiro de Macedo, José Olinto Mendes de Sá, e outros que com suas numerosas famílias foram os primeiros povoadores pioneiros de Campo Largo.
O Espírito religioso dos primeiros povoadores fez logo sentir a necessidade de estabelecer uma padroeira. O Capitão João Antonio da Costa por sua grande devoção mandou vir da Bahia uma imagem de NOSSA SENHORA DA PIEDADE, chegando em 1816, ficando em um oratório na casa do Tenente Joaquim Lopes Cascais.
No mesmo ano DOM MATHEOS PEREIRA DE ABREU autorizou a construção da Primeira Igreja, sendo a Padroeira NOSSA SENHORA DA PIEDADE, pela portaria de 20 de dezembro de 1816, conforme a representação do Tenente Joaquim Lopes Cascais e habitantes do local.
Mas somente em 1821 que se deu início à construção da Primeira Igreja. Essas obras foram executadas pelo Capitão Geronymo José Vieira, sob a administração do referido Capitão João Antônio da Costa e do Padre José Joaquim Ribeiro da Silva.
PADRE JOSÉ JOAQUIM RIBEIRO DA SILVA, que vinha de Curitiba não só para verificar o andamento dos trabalhos da construção da Igreja, mas também para celebrar missa e atender as necessidades espirituais do povoado na confissão e outras celebrações litúrgicas. Foi o primeiro sacerdote que exerceu o sagrado ministério em Campo Largo.
Era a Igreja de estilo colonial. As paredes de pedras ligadas e cobertas com grossa argamassa de cal e areia mediam quase um metro de espessura.
A Igreja foi solenemente Inaugurada em 02 de fevereiro de 1826, com a transladação da Imagem da Padroeira Nossa Senhora da Piedade da casa do Tenente Joaquim Lopes Cascais até a Igreja.
A benção da Igreja aconteceu no dia 24 de janeiro de 1827, mediante a provisão de 12 de Maio de 1826.
(Procissão na Festa da Padroeira Nossa Senhora da Piedade na Antiga Igreja)
Em 16 de Outubro de 1828, o Capitão Joaquim José Vieira solicita ao Bispo DOM MANOEL JOAQUIM GONSALVES DE ANDRADE que eleve à CAPELA-CURADA, sendo nomeado oficialmente o Capelão Padre José Joaquim da Silva. E o seu limite territorial seria proposto pelo Governo Imperial.
“Foi esta capella, por deliberação do Governo Imperial desmembrada em 1833 desmembrada da Villa de Coritiba e da Freguezia da Palmeira, confinando com o matto ou lugar denominado Timbutuva, hoje Colônia Antônio Rebouças, e com esta pelo Rio dos Papagaios e com a Villa do Príncipe, hoje Lapa, pelo Rio Iguassú”. (Folhas do Pe. Fernando Taddei, pág.12)
O Padre José Joaquim Ribeira da Silva passou a exercer o cargo de vigário encomendado em 1841, em1848 veio a falecer.
A capela-curada foi elevada à freguesia criada pela lei provincial nº23 de 12 de Março de 1841.
Campo Largo desenvolveu-se sendo elevada a Vila pela lei provincial nº219, de 02 de abril de 1870, assim foi criado o MUNICÍPIO DE CAMPO LARGO DA PIEDADE, desmembrando de Curitiba.
Construção da Atual Igreja Matriz








A atual Belíssima Igreja Matriz de Campo Largo da Piedade foi iniciada a 12 de outubro de 1918, pelo PADRE OCTÁVIO JÚLIO DOS SANTOS (foto abaixo), sendo o mestre de obras Francisco Kellner.
       
A 24 de Maio de 1941, Dom Áttico Eusébio da Rocha eleva-a a Paróquia inamovível.
O Padre LADISLAU KULA,(1920 à 1930) quase consegui concluir a matriz, mas foi o MONSENHOR ALOÍZIO DOMANSKI (foto ao lado)que completou em seu ministério sacerdotal a Igreja Matiz , o revestimento externo e a decoração interna, os acabamentos(pintura) concluídos em 1934. 
Durante sua gestão Monsenhor Aloizio Domanski conseguiu também os altares, o Órgão e o que a paróquia precisava, bem como a casa Paroquial (foto ao lado)
A Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade de Campo Largo é uma obra de fé e de arte, uma delas é a sua PINTURA INTERNA, que nos mostra as cores da fé.
O responsável por isso foi ANACLETO GARBACCIO, piomentês formado pela Escola de Belas Artes de Turim. Era professor de desenho na Sociedade Garibaldi no Centro Cultural Dante Alighieri. Chegou ao Brasil em 1912, um de seus primeiros trabalhos foi a pintura interna do Teatro Municipal de São Paulo. Após vários cursos principalmente nos Estados Unidos, executou muitas pinturas nas Igrejas. Baseava-se em pinturas das Igrejas da Itália, trabalhou nas Igrejas Catedral de Curitiba, Igreja de Santa Terezinha em Curitiba em Campo Largo na Igreja da Rondinha, Colônia Antônio Rebouças e na Matriz.
Juntamente com seu Irmão Carlos veio residir em Campo Largo para pintar todo o interior da Igreja Matriz que demorou 18 meses para finalizar seu trabalho. Nunca sacrificou nenhum detalhe mesmo sendo o grande trabalho os detalhes, isso aconteceu em 1941. Com o custo de CR$ 30.000,00, incluído todo o madeiramento para andaimes.
Em 1974, houve a correção da pintura das paredes das janelas para baixo, retoque na pintura e pintura completa, a óleo, de todo o presbitério.
Os VITRAIS Artísticos executados por Arte Decorativa de Curitiba, entre maio e junho de 1949. Foi um custo de CR$ 100.000,00, sendo que o Apostolado da Oração, a Pia União das filhas de Maria, Congregados Marianos, Irmandade do Rosário Vivo, Cruzada Eucarística, Cerâmica Campo Largo, Cerâmica Iguassu, Cerâmica Itaqui, Pedro e Vitória Sowierzoski, cada um colaborou com CR$ 6.000,00. O restante foi coberto com diversas festas e esmolas dos fies.
Os NICHOS (Altares) da Igreja Matriz também são obras de altíssimo valor santo e histórico. Foram desenhados e trabalhados pelo escultor PEDRO FAGANOLI
O Altar -mor é de imbuia entalhada, vistoso , dourado. Com lápide inteiriça de Granito com sacrário. O valor foi de CR$ 25.000,00. O desenho feito por Gerd Galssen e a execussão da obra por Correâ Cia. Guetter.
A Sagração do altar foi feita em dia 01 de fevereiro de 1941.
O PÚLPITO também de imbuia e as imagens de gesso, foi doado por João Skrsypiec e por Jacob Augustyn, ambos doaram CR$ 6.000,00.
Bem como as vias sacras são todas em madeira de imbuia e as imagem em gesso.
Também foi doada uma PIA BATISMAL em 30 de janeiro de 1879, com tampa em madeira talhada e envernizada, oferecida pelos Capitães Pedro Martins Saldanha e José Joaquim Ferreira de Moura.Que ficava no Batistério, e atualmente esta ao lado do presbitério.
Na atual Igreja Matriz, há duas torres, em uma delas na torre esquerda contém 3 sinos que foram doados pela Colônia polonesa em louvor a São Pedro, o outro doado por João Skrsypiec em louvor a São João Batista e o outro a doação foi feita por João Meister em louvor a Santa Terezinha.
Os sinos foram benzidos solenemente no dia 02 de fevereiro de 1931.
Na mesma torre também ao lado de fora, há um enorme relógio que a cada tempo faz os sinos tocarem. Em 1931, havia reclamações de má conservação, e atualmente é feita a manutenção, e em 2009 sofreu uma grande reforma.
No coro interno e nos fundos da Igreja todo de imbuia reforçado, há um órgão com 5 metros de altura, 3,12 metros de comprimento e 3,0de profundidade, construído nos fins do séc. XIX por Ariestiedes Cavaille-coll, nasceu em Montpelliera, 02 de fevereiro de 1811, e faleceu em Paris em 12 de outubro de 1899.
A aquisição foi feita junto à Catedral de Curitiba, pelo valor de CR$ 135.050,00, e sua inauguração foi feita em 12 de junho de 1955 em missa solene, que cantou a missa foi sua excelência reverendíssima Dom Manuel da Silveira D’Elboux (foto ao lado).
No Ano de 1958, foi construída uma gruta de Nossa Senhora de Lurdes com Santa Bernadete, as imagens foram doação das irmandades, o restante foi doação e mão de obra feita por um protestante Sr. Frederico Schmidt. A Gruta foi abençoada no dia 21 de dezembro de 1958.

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