sexta-feira, 30 de maio de 2014


SANTA JOANA D'ARC

Se você ainda não conhece, conhecerá agora a pequena biografia das mais inacreditáveis da história da Igreja. Não fossem os fatos devidamente conhecidos e comprovados, seria difícil crer na existência desta menina que sacrificou sua vida pela libertação de sua pátria e de seus patrícios.

Uma vida empolgante, de uma jovem e valente guerreira que nunca feriu ninguém, apesar de comandar todo um exército, e que terminou seus dias condenada como feiticeira, blasfema e herética. Morreu na fogueira aos dezenove anos.

Filha de camponeses pobres, Joana nasceu na Lorena em 1412 e foi criada no meio rural, longe das ilusões da cidade grande. Era analfabeta e assinava seu nome utilizando uma simples, mas emblemática, cruz.

Emblemática porque já aos treze anos começou a viver experiências sobrenaturais. Passou a narrar a aparição do Arcanjo Miguel, das santas Catarina e Margarida, avisando que ela teria uma missão importantíssima pela frente e deveria se preparar para ela.

A França vivia décadas de submissão à Inglaterra que, comandada por Henrique VI, invadia os domínios francos e tentava conquistar o trono.

As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o Rei Carlos VII, para ser coroado em Reims novamente como legítimo rei da França.

Para a virgem e patriótica Joana, era apenas uma ordem a ser cumprida e não seria difícil, pois Deus estava a seu lado. Apesar de as vozes pressionarem-na cada vez mais, e com maior insistência, correram anos até que os empecilhos fossem vencidos e ela pudesse falar pessoalmente com o rei deposto.

Com dezoito anos conseguiu. Carlos VII instaurou um severo inquérito para investigar as verdadeiras intenções da donzela e só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus.

Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares, de estado e pessoais. Até segredos que ninguém conhecia, a não ser ele.

Deu-lhe então a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus.

E o que aconteceu com a batalha que teve à frente dos soldados aquela figura feminina, jovem e sobrenatural, que nada entendia de táticas ou estratégias militares, foi inenarrável.

Os contingentes sitiados reagiram e venceram os invasores, livrando o país da submissão. Carlos VII foi coroado em Reims, mas ficou enciumado devido à popularidade que Joana alcançou.

Joana tinha então dezenove anos. A luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Entretanto, o rei exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris.

Ela obedeceu, mas nesse meio tempo Carlos fez uma trégua com os ingleses que era quase uma rendição absurda, após a vitória conquistada no campo de batalha.

Joana não concordou, reuniu os soldados que também não concordavam e se mostraram dispostos a seguir a orientação de Deus. Não eram muitos, mas ela tentou executar a missão mesmo assim. Não conseguiu, foi ferida e caiu prisioneira dos inimigos, pelas mãos do Conde de Luxemburgo.

Há lendas que garantem que o próprio rei da França a entregou a eles, pelo valor do resgate de um rei.

Julgada num processo ridículo e grotesco, completamente ilegal, do qual participaram apenas religiosos renegados, Joana foi condenada à fogueira.

Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular. Somente vinte anos depois seus pais conseguiram que o processo fosse revisto pelo Papa Calisto II, que constatou a injustiça.

Foi então reconhecida como mártir da pátria e da fé. O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de Santa Joana D’Arc.

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