São Vítor I
(28 de Julho)
Pontificado 189 a 199
São Vitor I, natural da África, foi sucessor de Santo Eleutério no trono pontifício. Apóstolo rigoroso no zelo pela Igreja de Cristo, tinha pleno conhecimento de suas atribuições conferidas por Deus. Pôs em evidência a autoridade papal, combateu constantemente a heresia e tratou a questão da festa da Páscoa.
A heresia, qual labareda de fogo a variar de direção, só não alastrou-se danosamente, devido ao constante embate empreendido pelos Papas e companheiros mártires que, em grande número, testemunharam a fé com a própria vida.
Durante o seu pontificado, um tal Teodoro de Bizâncio, que havia apostatado numa destas perseguições, passou a ensinar que Jesus Cristo representava uma figura meramente humana e usava deste argumento, não só para disseminar o erro, mas particularmente para justificar a sua apostasia. Nesta grave afirmação, acabou corrompendo muitos fiéis e a ele filiaram-se não poucos sectários. Não satisfeito com a difusão da insana doutrina, fixou a meta de transpor a muralha da verdade. Para isto, dirigiu-se a Roma a fim de alastrar o erro no centro da Religião de Cristo. São Vitor imediatamente reagiu, declarando anátema o líder blasfemo. Empreendeu luta tão intensa que conseguiu esvaziar completamente a heresia, de forma que Teodoro saiu de Roma e nunca mais dele se ouviu falar.
Empreendeu firme resolução de não deixar vingar as investidas do erro em solo sagrado, conservando sua constante vigilância ao rebanho de Cristo. Em pouco tempo, Praxeas passou a pregar a heresia dos Patripasianos, precursores do sabelianismo, que negavam em Deus, a essência de três pessoas distintas. O Santo Padre, com infatigáveis prédicas, tão duramente condenou a perniciosa heresia, que o próprio Praxeas, acabou reconhecendo seu erro e entregou sua retratação pública, por ocasião de um concílio convocado em Roma pelo Pontífice.
Na magna questão da fixação da Festa da Páscoa, enfrentou sérias discordâncias de alguns membros, seguidores do bispo Polícrates, que acabou declarando sua rebeldia ante às determinações de Roma. É que maior parte dos bispos da Ásia, tinha por costume, celebrar a festa da Páscoa no dia 14 da lua de março, coincidindo com os ritos judaicos. No pontificado de Santo Aniceto (155 a 166), aliás, houve certa divergência entre ele e São Policarpo, que desejava muito que o costume da Igreja Asiática fosse introduzido na Igreja de Roma. Santo Aniceto, com razão, não queria abolir o costume que fora introduzido por São Pedro. Porém, na época, permitiu que Igreja Asiática continuasse celebrando a Páscoa segundo seus costumes.
São Vitor, porém, chegou à conclusão que a diferença estabelecida entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, poderia acabar favorecendo uma eventual divisão dos fiéis e provável cisma. Decidiu, assim, uniformizar a celebração da Páscoa, conforme São Pedro já deixara padronizado. Assim, determinou que todas as Igrejas do mundo se ajustassem neste particular com a Igreja de Roma, ou seja, decretou que em nenhuma parte fosse celebrada a Páscoa no dia 14 do equinócio vernal, mas no 1o. domingo subseqüente à primeira lua cheia de 14 de Nisã (calendário judaico).
Sucede que o bispo Polícrates, chefe dos discordantes da Igreja de Éfeso, se opôs veementemente à decisão do Sumo Pontífice, o que acabou culminando em sua excomunhão. Isto foi um fato isolado, já que todas as Igrejas receberam e acataram a determinação papal, que seria renovada quase três décadas depois por ocasião do Concílio de Nicéia.
Prescreveu diversas outras normas canônicas, dentre as quais a que desobriga o uso de água consagrada da pia batismal. Autorizou o uso de água natural para casos de grave necessidade, onde é facultado a qualquer cristão batizar, diante de possibilidade iminente de morte.
Após ter governado a Igreja por um período de dez anos, recebeu a glória do martírio em 28 de julho do ano 199, sob o governo do imperador Septímio Severo.
Reflexões:
Quanto à questão do tempo da celebração da Páscoa, Santo Aniceto, na época, divergiu de São Policarpo, pois os cristãos do Oriente comemoravam a Páscoa com os Judeus, quando na Igreja Romana não existia este uso. Policarpo, desejoso de ver Roma adotar o uso da Igreja asiática, não conseguiu esta uniformização. O então Papa Aniceto, opinava, e com razão, que não devia abolir um costume introduzido e aprovado pelo príncipe dos Apóstolos. Entretanto, deixou aos cristãos orientais toda a liberdade na celebração da Festa da Páscoa, como eram acostumados desde os dias de São João Evangelista. Foi uma divergência secundária para a época, mesmo porque São Policarpo vindo a Roma, já havia, em demonstrações públicas, provado que a Igreja de Roma, na doutrina, era idêntica a de Jerusalém. Esta declaração causou, inclusive, a conversão de muitos hereges.
Já São Vitor, percebendo que a diferença de costumes poderia acabar provocando uma divisão na Igreja, determinou a uniformização prescrita nos tempos apostólicos. Entende-se a atitude enérgica de São Vitor ao excomungar Polícrates. Certamente, o fato não prendia-se somente à questão do tempo de comemoração da Páscoa, mas sim pela frontal desobediência à Roma. Polícrates empreendeu campanha aberta contra as diretrizes do Pontífice, dando a conhecer sua personalidade voltada contra a autoridade divina.
A autenticidade na nossa religião passa, necessariamente, pela obediência. O verdadeiro católico, não pode tecer e nem alimentar qualquer tipo de crítica ou discordância em relação às determinações prescritas pelo Papa. Seus atos oficiais são infalíveis porque divinos e resistir, é afrontar o próprio Deus. Impossível declarar-se católico quem discorda do trono de Pedro.
(28 de Julho)
Pontificado 189 a 199
São Vitor I, natural da África, foi sucessor de Santo Eleutério no trono pontifício. Apóstolo rigoroso no zelo pela Igreja de Cristo, tinha pleno conhecimento de suas atribuições conferidas por Deus. Pôs em evidência a autoridade papal, combateu constantemente a heresia e tratou a questão da festa da Páscoa.
A heresia, qual labareda de fogo a variar de direção, só não alastrou-se danosamente, devido ao constante embate empreendido pelos Papas e companheiros mártires que, em grande número, testemunharam a fé com a própria vida.
Durante o seu pontificado, um tal Teodoro de Bizâncio, que havia apostatado numa destas perseguições, passou a ensinar que Jesus Cristo representava uma figura meramente humana e usava deste argumento, não só para disseminar o erro, mas particularmente para justificar a sua apostasia. Nesta grave afirmação, acabou corrompendo muitos fiéis e a ele filiaram-se não poucos sectários. Não satisfeito com a difusão da insana doutrina, fixou a meta de transpor a muralha da verdade. Para isto, dirigiu-se a Roma a fim de alastrar o erro no centro da Religião de Cristo. São Vitor imediatamente reagiu, declarando anátema o líder blasfemo. Empreendeu luta tão intensa que conseguiu esvaziar completamente a heresia, de forma que Teodoro saiu de Roma e nunca mais dele se ouviu falar.
Empreendeu firme resolução de não deixar vingar as investidas do erro em solo sagrado, conservando sua constante vigilância ao rebanho de Cristo. Em pouco tempo, Praxeas passou a pregar a heresia dos Patripasianos, precursores do sabelianismo, que negavam em Deus, a essência de três pessoas distintas. O Santo Padre, com infatigáveis prédicas, tão duramente condenou a perniciosa heresia, que o próprio Praxeas, acabou reconhecendo seu erro e entregou sua retratação pública, por ocasião de um concílio convocado em Roma pelo Pontífice.
Na magna questão da fixação da Festa da Páscoa, enfrentou sérias discordâncias de alguns membros, seguidores do bispo Polícrates, que acabou declarando sua rebeldia ante às determinações de Roma. É que maior parte dos bispos da Ásia, tinha por costume, celebrar a festa da Páscoa no dia 14 da lua de março, coincidindo com os ritos judaicos. No pontificado de Santo Aniceto (155 a 166), aliás, houve certa divergência entre ele e São Policarpo, que desejava muito que o costume da Igreja Asiática fosse introduzido na Igreja de Roma. Santo Aniceto, com razão, não queria abolir o costume que fora introduzido por São Pedro. Porém, na época, permitiu que Igreja Asiática continuasse celebrando a Páscoa segundo seus costumes.
São Vitor, porém, chegou à conclusão que a diferença estabelecida entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente, poderia acabar favorecendo uma eventual divisão dos fiéis e provável cisma. Decidiu, assim, uniformizar a celebração da Páscoa, conforme São Pedro já deixara padronizado. Assim, determinou que todas as Igrejas do mundo se ajustassem neste particular com a Igreja de Roma, ou seja, decretou que em nenhuma parte fosse celebrada a Páscoa no dia 14 do equinócio vernal, mas no 1o. domingo subseqüente à primeira lua cheia de 14 de Nisã (calendário judaico).
Sucede que o bispo Polícrates, chefe dos discordantes da Igreja de Éfeso, se opôs veementemente à decisão do Sumo Pontífice, o que acabou culminando em sua excomunhão. Isto foi um fato isolado, já que todas as Igrejas receberam e acataram a determinação papal, que seria renovada quase três décadas depois por ocasião do Concílio de Nicéia.
Prescreveu diversas outras normas canônicas, dentre as quais a que desobriga o uso de água consagrada da pia batismal. Autorizou o uso de água natural para casos de grave necessidade, onde é facultado a qualquer cristão batizar, diante de possibilidade iminente de morte.
Após ter governado a Igreja por um período de dez anos, recebeu a glória do martírio em 28 de julho do ano 199, sob o governo do imperador Septímio Severo.
Reflexões:
Quanto à questão do tempo da celebração da Páscoa, Santo Aniceto, na época, divergiu de São Policarpo, pois os cristãos do Oriente comemoravam a Páscoa com os Judeus, quando na Igreja Romana não existia este uso. Policarpo, desejoso de ver Roma adotar o uso da Igreja asiática, não conseguiu esta uniformização. O então Papa Aniceto, opinava, e com razão, que não devia abolir um costume introduzido e aprovado pelo príncipe dos Apóstolos. Entretanto, deixou aos cristãos orientais toda a liberdade na celebração da Festa da Páscoa, como eram acostumados desde os dias de São João Evangelista. Foi uma divergência secundária para a época, mesmo porque São Policarpo vindo a Roma, já havia, em demonstrações públicas, provado que a Igreja de Roma, na doutrina, era idêntica a de Jerusalém. Esta declaração causou, inclusive, a conversão de muitos hereges.
Já São Vitor, percebendo que a diferença de costumes poderia acabar provocando uma divisão na Igreja, determinou a uniformização prescrita nos tempos apostólicos. Entende-se a atitude enérgica de São Vitor ao excomungar Polícrates. Certamente, o fato não prendia-se somente à questão do tempo de comemoração da Páscoa, mas sim pela frontal desobediência à Roma. Polícrates empreendeu campanha aberta contra as diretrizes do Pontífice, dando a conhecer sua personalidade voltada contra a autoridade divina.
A autenticidade na nossa religião passa, necessariamente, pela obediência. O verdadeiro católico, não pode tecer e nem alimentar qualquer tipo de crítica ou discordância em relação às determinações prescritas pelo Papa. Seus atos oficiais são infalíveis porque divinos e resistir, é afrontar o próprio Deus. Impossível declarar-se católico quem discorda do trono de Pedro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário