Tão digno se mostrou que, o bispo lhe entregou a administração da diocese. Os perigos morais, bem como a vaidade daquela sociedade em decadência, fizeram com que, no espírito, lhe amadurecesse a resolução de entrar num convento, a fim de se entregar exclusivamente à oração e às obras de caridade.
Pouco depois da morte do bispo de Ravena, em 424, o clero e o povo elegeram Pedro para ocupar aquele importante cargo, que ele só aceitou por insistência do Papa Celestino I.
Foi durante o seu episcopado que a cidade de Ravena se tornou a metrópole eclesiástica. Para obter a benção de Deus em seus trabalhos apostólicos, Pedro se sujeitou a freqüentes jejuns e mortificações.
Como pregador eloqüente e esclarecido, deixou gravado na memória da Igreja seu nome, como um dos mais ilustres. Com sua palavra oportuna e incisiva, Pedro conseguiu não só a conversão de muitos pagãos, mas também a abolição de festas escandalosas de cunho pagão que se celebravam cada ano, no mês de janeiro.
Ele foi um grande protetor dos pobres, dos marginalizados e dos abandonados, assim como um pastor vigilante e zeloso. A imperatriz romana, Gala Plácida, o escolheu como conselheiro particular.
Deixou o registro de cerca de duzentas homilias, sermões, de cunho popular, através das quais dogmas e liturgias são explicados de forma simples, direta, objetiva e muito atrativa; também escreveu comentários sobre trechos do Novo Testamento, do Credo, do Pai-Nosso e da vida dos Santos que lhe deram o título de "Doutor da Igreja".
Um ponto se destaca na sua pregação que a tornava simpática: era a insistência no amor paternal de Deus, a repetição da idéia de que Deus prefere ser amado a ser temido. No lirismo com que cantou as grandezas da Virgem Maria não há quem o tenha igualado na Literatura da Igreja de Roma.
Foi um esforçado defensor da fé, sobretudo contra a heresia monofisista, a que concedia a Jesus somente uma natureza. Assim, quando o herege Êutiques, que foi condenado no Concílio de Constantinopla, lhe pediu apoio para ser o árbitro doutrinal, o bispo de Ravena recusou escrevendo um maravilhoso testemunho em favor da Igreja de Roma.
Foi muito estimado e ouvido pelo papa São Leão Magno, que o considerava um amigo fiel.
O bispo Pedro, de Ravena, morreu na sua cidade natal em 450 e as suas relíquias estão na Igreja de São Cassiano, em Ímola, Itália. A sua festa litúrgica ocorre no dia 30 de julho, por tradição mantida pela Igreja.
A posteridade lhe conferiu o apelido de Crisólogo, orador da palavra de ouro, pondo em relevo a grande eloqüência e segurança de doutrina do santo, que passou a ser chamado de São Pedro Crisólogo.
Até hoje é considerado um perfeito modelo de contato com o povo e um dos exemplos de amor ao Evangelho.
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