segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Santo do Dia compartilhou uma foto.
São Clemente I
(23 de Novembro)

São Clemente, natural de Roma, era discípulo de São Pedro e São Paulo. Acompanhando a este nas viagens evangelizadoras, com ele dividiu as fadigas, sofrimentos e perseguições da vida apostólica. É a ele que o Apóstolo dos Gentios se refere, quando na Epístola aos Filipenses (4,3) diz: "Peço-vos que auxilieis aqueles também que, como Clemente e outros, comigo trabalharam, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida". Estas palavras lhe documentaram a dedicação e fé, o zelo pelas causas de Deus e das almas. Se a mansidão e caridade lhe mereceram o nome de clemente, foi sem dúvida pela atividade apostólica, que São Pedro lhe conferiu a dignidade episcopal.

Os primeiros sucessores de São Pedro, na Sé apostólica e no martírio, foram São Lino e Anacleto (São Cleto). Na quase certeza de perder a vida por Jesus Cristo e a Igreja, São Clemente assumiu o governo da Barca de São Pedro em 92. Eram tempos cheios de apreensões para a jovem Igreja. A Autoridade romana ameaçava com uma nova perseguição e no seio da Igreja mesma reinavam dissenções, que prometiam degenerar em cisma. Era principalmente a Igreja dede Corinto o teatro de graves perturbações. Os ânimos estavam irritadíssimos e tudo indicava a iminência de uma cisão, provocada - assim se acreditava geralmente - pelas paixões que predominavam numa eleição episcopal. São Clemente dirigiu aos Coríntios uma carta apostólica em que documenta ao mesmo tempo grande circunspecção, prudência, caridade e firmeza. Tão boa aceitação teve esta carta, que não só em Corinto, mas também em todas as Igrejas era lida durante muitos anos, juntamente com as epístolas dos Apóstolos.

Dividindo a cidade de Roma em sete distritos, determinou para cada distrito um advogado, com a incumbência de ativar conscienciosamente tudo que se relacionava aos cristãos, suas virtudes, os processos judiciários a que haviam de responder, o modo como se haviam perante a autoridade perseguidora, declarações públicas que faziam, o martírio e a morte. Estes protocolos, chamados atos dos mártires, eram lidos nas reuniões dos fiéis. Ao zelo apostólico do Santo Papa abriram-se as portas do próprio palácio imperial. Domitila, irmã do imperador Domiciano, cuja ferocidade contra os cristãos era conhecida, se converteu à Religião de Jesus Cristo. Ainda mais: exemplo foi de todas as virtudes e para os cristãos perseguidos, um anjo de caridade, naqueles tempos aflitivos.

O imperador Trajano, vendo na propagação da religião cristã um perigo social e religioso para o império e reconhecendo no Papa rival temível, citou-o perante o tribunal e com ameaças de morte exigiu-lhe a abjuração da fé e o culto dos deuses nacionais. São Clemente não hesitou nem um momento e na presença da suprema autoridade romana, fez uma profissão de fé belíssima, que não deixou o imperador em dúvida sobre a improficuidade do seu tentâmem. Aconteceu o que era de esperar: O Papa foi condenado à morte. O Breviário Romano, diz que o santo Papa foi, com muitos cristãos, desterrado para a península da Criméia, onde haviam de trabalhar nas pedreiras e minas. Se para Clemente era um consolo poder partilhar a escravidão com seus filhos em Cristo, estes mais facilmente se conformavam com a triste sorte, vendo junto de si o Pai querido, o representante de Deus na Terra.

O que mais atormentava os pobres cristãos, era a falta absoluta de água, no lugar onde trabalhavam. Muito penoso era o transporte deste precioso líquido, que só se achava na distância de seis milhas. Clemente pediu a Deus que se compadecesse do povo, como se compadecera dos israelitas no deserto. Terminada a oração, viu no alto duma montanha um cordeirinho que, com a pata direita levantada, parecia indicar um determinado lugar. O santo Papa dirigiu-se imediatamente ao lugar onde lhe aparecera o cordeirinho e com uma enxada pôs-se a cavar a terra. Qual não lhe foi a alegria, quando logo ao primeiro golpe, viu brotar água, água deliciosa e tão abundante que, desde aquele dia teve termo a aflição dos cristãos. Estes milagre não só contentou a estes; também os pagãos que, vendo em Clemente um enviado do Céu, a ele se dirigiram pedindo fossem aceitos como catecúmenos. Assim muitos idólatras se tornaram adoradores de Jesus Cristo e os templos pagãos, antes antros do mais abjeto culto diabólico, transformaram-se em igrejas cristãs. Este espetáculo grandioso perante Anjos e homens despertou naturalmente o ódio nos corações dos sacerdotes pagãos, que se apressaram em denunciar Clemente.

A resposta imperial não se deixou esperar. O governador Aufidiano, autorizado por Trajano a pôr um dique à propaganda cristã, custasse o que custasse, condenou à morte Clemente e intimou os cristãos a que abandonassem a religião de Cristo. Algemado, foi Clemente levado a um navio, que o transportou ao alto mar. Lá chegado, puseram-lhe uma âncora de ferro ao pescoço e precipitaram-no na água. Isto aconteceu a 23 de novembro do seu último ano apostólico. Os cristãos consternados pela perda do seu Pastor, pediram a Deus que não deixasse o corpo do mártir entregue ao jogo das ondas, mas que restituísse ao carinho e à veneração dos filhos espirituais.

Aufidiano e sua gente mal se tinham afastado, quando o mar espontaneamente, retrocedeu a uma distância de três milhas, até o lugar onde tinha sido mergulhado o corpo do santo Papa-Mártir. O mais que aconteceu, foi de todo extraordinário. Aos olhos pasmados dos cristãos apresentou-se um pequeno templo de mármore branco. Pressurosos correram para lá e, chegando ao templo, nele encontraram o corpo de São Clemente, colocado num ataúde, tendo ao lado a âncora pesada. Quando se dispuseram a retirar suas santas relíquias, Deus manifestou sua vontade, que não o fizessem; que o deixassem repousar no mesmo lugar e que o mar, anualmente, durante sete dias, franqueasse o acesso ao túmulo. Assim aconteceu. As relíquias de São Clemente ficaram no fundo do mar, guardadas por santos Anjos, até o século IX, quando, sob o governo do Papa Nicolau I, os santos missionários Cirilo e Metódio as trouxeram para Roma, onde foram depositadas na Igreja de São Clemente, onde se acham até agora.

Reflexões:

Se queres venerar dignamente São Clemente, procura imitar-lhe os belos exemplos e observar-lhe os sábios ensinamentos que depositou nos seus escritos. Os trechos seguintes são tirados de sua epístola aos Coríntios: "Abandonemos os cuidados vãos e passageiros! Sigamos a regra gloriosa e venerável da nossa santa vocação! Atendamos ao que é belo, agradável diante do Senhor, que nos deu a vida! Fixemos o olhar sobre o sangue de Cristo e poderemos seu alto valor na apreciação de Deus; pois este sangue foi derramado pela salvação do mundo inteiro. Os astros movem-se no espaço por ordem de Deus e obedecem-lhe. Dia e noite surgem no horizonte e seguem o curso, sem jamais se embaraçarem uns aos outros. O sol, a lua, as estrelas, na mais perfeita harmonia percorrem seus círculos, sem ultrapassar a órbita. A terra produz alimento para o homem, para os animais e os outros seres viventes, tudo em perfeita obediência ao Criador. As profundidades dos abismos e o interior do globo seguem-lhe as determinações. As ondas do mar respeitam os limites que a vontade divina lhes traçou. O vasto oceano, ainda não atravessado por embarcação humana, os continentes além ainda recebem as ordens do Senhor. As estações, a primavera, o verão, o outono e o inverno seguem-se na maior regularidade. Os ventos e as tempestades não se perturbam em suas funções. Fontes inesgotáveis, criadas para nossa saúde e nosso uso, fornecem as águas, para o sustento da vida humana. Os animaizinhos quase imperceptíveis realizam reuniões na maior paz, na mais perfeita ordem. Todas estas coisas o grande arquiteto e Senhor do Universo chamou-as à existência. A todos faz bem, principalmente a nós, que recorremos às suas misericórdias por Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem sejam dados honra e louvor nos séculos dos séculos.

Vossos filhos devem participar da disciplina de Cristo; devem aprender quanto vale perante Deus o sentimento humilde, como é apreciado o amor casto e como é sublime e belo o temor de Deus, que santifica a todos os que andam em reta intenção. Ele é o perscrutador dos pensamentos e planos íntimos. Seu sopro está em nós; ele o retira, quando lhe apraz."
Foto: São Clemente I
(23 de Novembro)

São Clemente, natural de  Roma, era discípulo  de  São Pedro e São Paulo.  Acompanhando a  este  nas viagens evangelizadoras, com ele  dividiu as fadigas, sofrimentos e perseguições  da vida apostólica.  É a  ele  que  o Apóstolo dos Gentios se  refere, quando na  Epístola aos Filipenses (4,3) diz:  "Peço-vos que auxilieis aqueles também que, como Clemente e outros, comigo trabalharam, cujos nomes  estão inscritos no Livro da Vida".  Estas palavras lhe documentaram  a dedicação e fé,  o zelo  pelas causas de Deus e  das  almas. Se a mansidão e caridade lhe mereceram  o nome de clemente, foi sem dúvida pela atividade apostólica, que São Pedro lhe conferiu a dignidade episcopal. 

Os primeiros sucessores de São Pedro, na Sé apostólica e no martírio,  foram São Lino e  Anacleto (São Cleto). Na quase certeza  de perder a vida  por Jesus Cristo e a Igreja, São Clemente assumiu o governo da Barca de São Pedro em 92. Eram tempos cheios de  apreensões para a jovem Igreja.  A Autoridade  romana ameaçava com uma nova perseguição e no seio da Igreja mesma  reinavam dissenções, que prometiam degenerar em cisma. Era principalmente a  Igreja dede Corinto  o teatro de  graves perturbações. Os ânimos estavam irritadíssimos e tudo indicava a  iminência de uma cisão, provocada - assim se  acreditava geralmente - pelas paixões que  predominavam numa eleição episcopal.  São Clemente dirigiu aos Coríntios uma carta apostólica em que documenta  ao mesmo tempo grande  circunspecção, prudência, caridade e firmeza. Tão boa aceitação teve  esta carta, que não só em Corinto, mas também em todas as Igrejas era  lida durante muitos anos,  juntamente com as  epístolas dos Apóstolos. 

Dividindo a cidade de Roma em sete distritos, determinou para  cada distrito um advogado, com a incumbência  de ativar conscienciosamente tudo que se relacionava aos cristãos, suas virtudes, os processos judiciários a que  haviam de responder, o modo como se haviam  perante a autoridade  perseguidora, declarações públicas que faziam, o martírio e  a morte. Estes protocolos, chamados  atos dos mártires, eram lidos  nas reuniões dos fiéis. Ao zelo  apostólico  do Santo Papa abriram-se  as  portas do próprio palácio imperial. Domitila, irmã do imperador Domiciano, cuja ferocidade contra os cristãos era conhecida, se converteu à Religião de  Jesus  Cristo. Ainda  mais:  exemplo foi de  todas as virtudes e  para os cristãos perseguidos,  um anjo de caridade, naqueles tempos aflitivos. 

O imperador Trajano, vendo na propagação da religião cristã um perigo social e  religioso para o império e reconhecendo no Papa rival temível, citou-o perante o tribunal e  com ameaças de morte exigiu-lhe a abjuração da  fé e o culto dos deuses nacionais.  São Clemente não hesitou  nem um momento e  na presença da suprema  autoridade  romana, fez uma profissão de fé  belíssima, que não deixou o imperador em dúvida sobre a improficuidade do seu tentâmem. Aconteceu o que  era de esperar:   O Papa foi  condenado à morte.  O Breviário Romano,   diz que o santo Papa foi, com muitos cristãos, desterrado para a península da Criméia, onde haviam de  trabalhar nas pedreiras e minas. Se para Clemente era um consolo poder partilhar a  escravidão com seus filhos em Cristo, estes mais facilmente  se  conformavam com a triste sorte, vendo junto de si o Pai querido, o representante  de Deus  na Terra.  

O que mais atormentava  os pobres cristãos, era a falta absoluta de  água,  no lugar onde trabalhavam. Muito penoso era o transporte deste precioso líquido, que só se achava na distância de  seis milhas. Clemente pediu a Deus que se compadecesse do povo, como se compadecera dos israelitas no deserto. Terminada a oração, viu no alto duma montanha um cordeirinho que,  com a  pata direita  levantada, parecia indicar um determinado lugar.  O santo Papa dirigiu-se  imediatamente ao lugar onde  lhe aparecera o cordeirinho e  com uma  enxada pôs-se a cavar a terra. Qual não lhe foi a alegria, quando logo ao primeiro golpe, viu brotar água, água deliciosa e  tão abundante que,  desde aquele  dia teve termo a aflição dos cristãos.  Estes  milagre não só contentou a estes;  também os  pagãos que,  vendo em Clemente um enviado do Céu, a ele  se dirigiram pedindo  fossem  aceitos como catecúmenos. Assim  muitos idólatras se  tornaram adoradores de Jesus Cristo e os templos pagãos, antes antros  do mais abjeto culto diabólico, transformaram-se em  igrejas cristãs.  Este espetáculo grandioso perante Anjos e  homens despertou naturalmente o ódio nos corações dos sacerdotes pagãos, que se apressaram em denunciar Clemente. 

A resposta imperial não se deixou esperar. O governador  Aufidiano, autorizado por Trajano a  pôr um dique à propaganda  cristã, custasse o que custasse, condenou à morte Clemente e  intimou os cristãos a  que abandonassem a religião de Cristo. Algemado, foi  Clemente levado a um navio, que o transportou ao alto mar.  Lá chegado, puseram-lhe  uma âncora de  ferro ao pescoço e  precipitaram-no na água.  Isto aconteceu  a  23 de novembro do seu último ano apostólico.  Os cristãos  consternados  pela perda do seu Pastor, pediram a Deus que não deixasse o corpo do mártir entregue ao jogo das ondas, mas que restituísse ao carinho e à veneração dos  filhos espirituais.  

Aufidiano e  sua  gente  mal se tinham afastado, quando o mar espontaneamente, retrocedeu a  uma distância de  três milhas, até o lugar onde  tinha  sido mergulhado o corpo do santo Papa-Mártir. O mais que aconteceu, foi de todo extraordinário. Aos olhos pasmados  dos cristãos apresentou-se  um pequeno templo de mármore branco. Pressurosos correram para lá e, chegando ao templo, nele encontraram o corpo de São Clemente, colocado num ataúde, tendo ao lado a âncora pesada. Quando se  dispuseram a retirar suas santas relíquias, Deus manifestou sua vontade, que não o fizessem;  que o deixassem repousar  no mesmo lugar  e  que o mar, anualmente, durante sete  dias, franqueasse o acesso ao túmulo. Assim aconteceu.  As relíquias de  São Clemente  ficaram no fundo do mar, guardadas  por santos Anjos, até o século IX, quando, sob o governo do Papa Nicolau I, os santos missionários Cirilo e  Metódio as  trouxeram para Roma,  onde foram depositadas  na Igreja de São Clemente, onde se acham  até  agora.  

Reflexões:

Se queres  venerar  dignamente São Clemente,  procura  imitar-lhe  os belos exemplos  e  observar-lhe os sábios ensinamentos que depositou nos seus escritos. Os  trechos seguintes são tirados  de  sua epístola  aos Coríntios:  "Abandonemos os cuidados vãos e passageiros! Sigamos  a  regra gloriosa e venerável da nossa santa vocação!  Atendamos ao que é  belo, agradável diante do Senhor, que nos deu a vida!  Fixemos o olhar sobre o sangue de Cristo e  poderemos seu alto valor na apreciação de Deus;  pois este  sangue foi derramado pela salvação do mundo inteiro.  Os astros movem-se no espaço por ordem de Deus  e  obedecem-lhe. Dia e noite  surgem no horizonte  e  seguem o curso, sem jamais  se  embaraçarem  uns aos outros.  O sol, a lua, as estrelas, na mais  perfeita harmonia percorrem  seus círculos, sem ultrapassar a órbita. A terra  produz  alimento para o homem, para os  animais  e  os outros seres viventes, tudo em perfeita obediência  ao Criador. As profundidades dos abismos e o interior do globo seguem-lhe as determinações. As ondas do mar respeitam os limites que a vontade divina lhes traçou. O vasto oceano,  ainda não atravessado por embarcação humana, os continentes além  ainda recebem as ordens  do Senhor. As estações, a primavera, o verão, o outono e o inverno seguem-se na maior regularidade. Os ventos  e as tempestades não se perturbam em suas funções. Fontes  inesgotáveis,  criadas  para  nossa saúde e nosso uso, fornecem as águas, para o sustento da vida  humana. Os animaizinhos quase  imperceptíveis realizam  reuniões na maior paz, na mais  perfeita ordem. Todas  estas coisas o grande  arquiteto e Senhor do Universo chamou-as à existência. A todos faz bem, principalmente a nós, que recorremos às suas misericórdias por Nosso  Senhor Jesus  Cristo, a quem sejam  dados  honra e  louvor  nos séculos dos séculos. 

Vossos  filhos devem  participar  da disciplina de Cristo; devem aprender quanto vale  perante Deus  o sentimento humilde, como é apreciado o amor casto e como é sublime  e belo o  temor de Deus, que santifica a todos os que andam em reta intenção. Ele é o  perscrutador dos pensamentos e planos  íntimos. Seu sopro está em nós; ele o retira, quando  lhe apraz."

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