quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cantor e compositor Wando ficou famoso por canções românticas e folclórica coleção de calcinhas



  • Fábio Massalli com agências
O cantor e compositor mineiro Wando, 66, famoso por sucessos como "Moça" e "Você é Luz" e por sua coleção de calcinhas, morreu na manhã de ontem em decorrência de complicações geradas por uma parada cardíaca que teve no dia 27 de janeiro. Wando estava internado desde o dia 27 no Biocor Instituto, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). O enterro acontece na manhã de hoje no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte.

Wando foi internado com dores no peito e, quando se preparava para um cateterismo, o quadro se agravou, evoluindo para um infarto no miocárdio, obrigando os médicos a submeterem o cantor a uma angioplastia de urgência para desobstruir as artérias do coração. Desde então, ele vinha sendo mantido sedado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), respirando com auxílio de aparelhos.
Divulgação

Wando: tido como brega-romântico, temas principais das suas músicas eram o amor, a mulher e o sexo
Segundo o médico Herberth Miotto, coordenador da UTI do Biocor Instituto, o sedentarismo, o histórico familiar e o excesso de peso do cantor agravaram o quadro clínico do artista. Wando pesava 110 quilos.

A cantora Fafá de Belém escreveu, emocionada, sobre Wando em seu Twitter: "Wando é de um tempo que bem conheci: o sucesso não tinha ‘apoiadores’ nem jabá. Era o povo quem fazia, espontaneamente."

Antes da fama, Wanderley Alves dos Reis, mineiro nascido em Cajuri em 2 de outubro de 1945, foi caminhoneiro e feirante. O apelido Wando, ganhou da avó. Em 1973, juntamente com Nilo Amaro, compôs o samba "O Importante é Ser Fevereiro", gravado por Jair Rodrigues. 

Seu primeiro disco, "Glória a Deus e Samba na Terra" (1973) foi dedicado ao samba, mas foi com o brega-romântico que Wando conquistou o sucesso. E a fama veio logo no disco seguinte, "Wando", e principalmente com a música "Moça". "Cantando na noite em São Paulo, descobri que a parte feminina adorava quando eu cantava música romântica", disse o cantor justificando a mudança de estilo.

Ao longo de sua carreira, Wando se manteve fiel ao brega-romântico e lançou discos como "Gosto de maçã" (1978), "Gazela" (1979), "Fantasia noturna" (1982), "Vulgar e comum é não morrer de amor" (1985) e "Ui – Wando paixão" (1986), "Obsceno" (1988), "Depois da cama" (1992) e "O ponto G da história" (1996).

Milhares de cópias vendidas, casas de shows lotadas e, é claro, algumas mulheres descontroladas e jogando calcinhas no palco fizeram de Wando um personagem folclórico e singular na música brasileira. Seus temas principais eram amor, mulher e sexo, tratados com romantismo.

Mas a fama de brega sempre incomodou Wando. "Quando as pessoas falam de brega, sempre se referem a uma coisa ruim. Então eu brigo por isso. Agora, eles até quiseram colocar o brega como uma coisa bacana, mas eu acho que é uma forma de pedir desculpa, e isso é mau. Se for ver, você tem que chamar o Chico Buarque de brega, a Maria Bethânia, o Caetano Veloso, o Gilberto Gil. Eles gravaram as músicas que a gente grava. Eles gravam melhor? Não. Isso foi uma coisa cruel que fizeram."

O cantor esteve em Maringá em 1984, fazendo showmícios pelas Diretas Já. Mas muitos maringaenses, fãs de sertanejo, devem ouvir o mineiro talvez sem nem mesmo saber.

Entre os artistas que já gravaram Wando estão muitos artistas sertanejos, como Gian e Giovani ("A Próxima Vítima"), Milionário e José Rico ("Moça"), Leandro e Leonardo ("Mordida na Maçã"), Daniel ("Moça"), João Neto e Frederico ("Fogo e Paixão") e Marlon e Maicon ("Chora Coração")


MEMÓRIA

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