segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

SANTO ELÍGIO

Escultor, modelista, marceneiro e ourives, Elígio era um artista completo. Da mesma forma foi um religioso completo, a quem não faltou inspiração para grandes obras beneméritas e na arte de dedicar-se ao próximo, principalmente aos necessitados e abandonados.

Elígio nasceu por volta do ano 589 em Chatelac, na França. Estudou ciências e depois ourivesaria. Artista, fugia das despesas com jogos e diversões e gastava tudo com os pobres. Levava uma vida austera e meditativa, sendo apelidado de frade sem o ser. Mas sua fama como artista de qualidade chegou a Paris e o rei Clotário II encomendou-lhe uma poltrona de ouro, cravejada de pedras preciosas, matéria-prima que o tesouro real forneceria.

Elígio não fez uma, mas duas poltronas e nada cobrou do rei. Foi premiado com um chamado para trabalhar na capital, no palácio do monarca. Assim, Elígio mudou-se para Paris.

Mudou de endereço, mas não de cabeça. Trabalhava fiel e pontualmente, mas continuava a gastar seu tempo extra com oração, meditação, caridade e penitência.

O que economizava, passou a gastar com a libertação de presos e a alforria de escravos. Quando o rei morreu e foi sucedido por Dagoberto, a relação do religioso artista com a corte continuou. O novo rei lhe deu um sítio no campo e uma casa em Paris. Ele transformou o sítio em convento para homens e a casa em mosteiro para religiosas. Não contente, construiu uma igreja em Paris, dedicada a São Paulo.

Morreu então o bispo de Dornick e o povo pediu ao rei que o cargo fosse passado a Elígio, que a princípio não aceitou, mas depois obedeceu a determinação de seu rei e foi nomeado bispo. Novamente mudou na aparência, mas não no conteúdo. Continuou humilde, evitou o luxo e viveu na pobreza, compartilhando tudo a que tinha direito com os pobres e necessitados.

A região de Flandres, sob sua jurisdição, vivia até então entregue ao paganismo e à idolatria. Com as pregações de Elígio e suas visitas a todas as paróquias, o povo foi-se convertendo em sua totalidade. De repente, todo o país parecia mudado.

Elígio foi também diretor da Casa da Moeda do país. Ainda encontrou tempo para realizar obras importantes como o túmulo de São Martinho de Tours, o mausoléu de São Dionísio em Paris, o cálice de Cheles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso.

Muitas profissões artesanais têm Santo Elígio como patrono: ourives, faqueiros, ferradores, ferreiros, celeiros, comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garageiros e metalúrgicos.

Santo Elígio morreu com setenta anos, em 1º de dezembro de 660, durante uma viagem de pregação à Holanda.

(© 1997-2002 Direitos reservados Pia Sociedade Filhas de São Paulo - www.paulinas.org.br)

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