quarta-feira, 31 de dezembro de 2014


SÃO SILVESTRE

Quando a Igreja saiu do período das sanguinárias perseguições e emergiu da clandestinidade, no século IV, expandindo-se livremente sob a colaboração do imperador Constantino, encontrou no papa Silvestre I o comandante à altura para se transformar numa organização eclesiástica que duraria por vários séculos e sobreviveria a muitas outras turbulências para chegar a este século XXI.

Seu pontificado não só foi longo como produziu muitos frutos. Embora Constantino tenha deixado florescer a semente plantada pelos apóstolos de Jesus durante tantos anos regados pelo sangue do martírio, nem por isso o cristianismo vivia em completa paz. Mesmo condescendente, Constantino não abandonou o hábito pagão de se utodenominar pontífice máximo, portanto capacitado para controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa.

Não matava, mas não deixava de sufocar os cristãos. Tanto que exigiu para si a autoridade para convocar um sínodo para sanar um cisma irrompido na África. Também passou para a história como o autor da convocação do primeiro concílio ecumênico do planeta, no ano 325.

A tudo isso São Silvestre assistia, mas nada passivo. Avançado na idade, não pôde comparecer ao concílio famoso, mas mandou representantes à altura do que a Igreja Católica necessitava para se firmar no encontro: o bispo Ósio de Córdoba e mais dois sacerdotes assessores.

Como havia harmonia entre papa e imperador, foi possível ao cristianismo tirar bons frutos do sínodo, além de um importante apoio financeiro por parte do império para a construção de valiosos edifícios eclesiásticos que marcaram o pontificado de Silvestre I.

Não é pouco, pois um deles é justamente a basílica em honra de São Pedro, no monte Vaticano, em Roma. Foi propositadamente construída sobre um cemitério pagão, o que fez o templo crescer muito em importância e significado. Quem descobriu isso foi o papa Pio XII, comandando escavações no local em 1939.

Outro monumento é a basílica de São Paulo, na Via Ostiense. Temos também a basílica de São João, igualmente em Roma.

Também por causa de Silvestre, Constantino legou à Igreja outro evento histórico de muita importância para a humanidade e para o catolicismo: cedeu seu próprio palácio, o Lateralense, para servir de moradia para os papas durante os séculos futuros.

Mas, para mostrarmos que seus atos não eram politicagem ou simples propaganda utilizando a Igreja como veículo, e sim fruto do trabalho de Silvestre, basta dizer que Constantino nunca se deixou batizar pelo papa. Aliás, só na hora da morte aceitou receber o batismo.

Quanto ao papa São Silvestre I, morreu em 335, depois de ter assumido o Trono de Pedro no ano 314. Para a época, um verdadeiro recorde.

(© 1997-2002 Direitos reservados Pia Sociedade Filhas de São Paulo - www.paulinas.org.br)

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