quarta-feira, 4 de dezembro de 2013


SÃO JOÃO DAMASCENO

É considerado o último dos santos padres orientais da Igreja, surgido antes que o oriente se separasse definitivamente de Roma, por volta do ano 1000. Nosso homenageado de hoje é considerado um dos maiores homens do cristianismo não só pela época em que viveu, mas principalmente pelos escritos que deixou.

João nasceu em Damasco, na Síria, no ano 675, quando sua cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos que acabavam de conquistar também a Palestina.

No início da ocupação, os muçulmanos permitiam alguma liberdade de culto e organização dos cristãos e, dessa forma, o convívio entre ambas as religiões era até possível. Assim, o pai de João era funcionário do califa e chegou a ser eleito prefeito de Damasco, embora mantendo sua fé cristã e nela educando o filho.

Quando cresceu, João foi auxiliar do pai e a família viu projetar-se um futuro de sucesso político e econômico para o jovem. Mas João preferia mesmo era seguir a Cristo e não as riquezas da Arábia.

Ele renunciou a tudo. Abriu mão do cargo e do futuro milionário, dividiu o que tinha com os pobres e transformou-se num simples monge do Convento de São Sabas, perto de Jerusalém. Tinha vinte e cinco anos e, desde então, dedicou-se à penitência no silêncio, à solidão do claustro, ao estudo e à atividade literária.

Poucas vezes saiu do convento. Uma delas aconteceu por convite de João, bispo de Jerusalém, que o queria no concílio ecumênico de Nicéia, e raríssimas outras para pregações especiais. Seu grande valor para a Igreja foi a santidade de vida, de humildade e de caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo antes mesmo de sua morte.

Além disso, há a sua obra escrita, que sintetiza cinco séculos de tentativas e esforços da Igreja. Suas obras mais importantes são A fonte da Ciência, A Fé Ortodoxa, Sacra Paralela e Orações sobre as Imagens Sagradas, onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra os iconoclastas.

Aliás, por causa desse livro São João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Tanto medo tinham do poder de seus escritos que, na prisão, lhe cortaram a mão direita, para que não pudesse mais escrever. Como isso não acontecesse, diz a lenda que na mesma noite Nossa Senhora apareceu ao santo e colocou novamente a mão em seu braço.

São João Damasceno faleceu no mosteiro de São Sabas em 4 de dezembro de 749. Recebeu o título de Doutor da Igreja em 1890, proclamado pelo papa Leão XIII.

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