segunda-feira, 29 de abril de 2013


ristã. Zita era uma menina, por sua mansidão e modéstia de todos querida. Educada no santo temor de Deus, pouco falava, tanto mais trabalhando e conservando sua alma em constante recolhimento. Tendo doze anos, se empregou na casa de um nobre, senhor de nome Pagano di Fatineli, que residia perto da igreja de São Fridigiano, na cidade de Luca. Bem cedo, antes dos outros levantarem-se, ia à igreja assistir à missa. À hora marcada infalivelmente se achava no seu trabalho. 48 anos serviu Zita àquela família, sempre com a mesma pontualidade e dedicação.

"Quatro são as principais qualidades, que uma empregada deve ter - costumava ela dizer : temor de Deus, obediência, fidelidade e amor ao trabalho". Zita possuía todos estes predicados no mais alto grau.

O que nela mais se admirava, era a paciência e o bom humor, que a acompanhavam em toda a parte, e a submissão a seus patrões, mesmo nas condições mais difíceis. O tempo que lhe restava de seus afazeres, empregava-o com orações e boa leitura, não deixando nunca de elevar seu espírito a Deus também no meio do trabalho.

Zita fugia dos divertimentos profanos; tanto maior era seu amor à oração e à penitência. O jejum e as esmolas faziam parte de sua vida. O cilício o tinha em uso constante, e para dar descanso ao corpo, o leito era substituído por umas duras tábuas. Pessoas que a conheciam de perto, testemunharam terem-na visto freqüentes vezes em estado de êxtase.

Fatos admiráveis e extraordinários em grande número provam com quanto agrado Deus olhava para as obras de sua serva Zita. Certa vez, um mendigo pediu a esta um copo de vinho. Zita, não dispondo de nenhuma gota desta bebida para servir ao pobre, foi com o cântaro à fonte, e cheio deu-o ao mendigo. Este não pouco se admirou quando, levando-o à boca, provou um vinho delicioso.

As frutas no celeiro, a farinha na dispensa multiplicavam-se nas mãos de Zita todas as vezes que, com licença dos patrões, tirava um tanto para seus pobres. Certa ocasião, quando todos iam assistir à missa do galo na noite de Natal, fazendo um frio intensíssimo, o patrão de Zita ofereceu-lhe sua pelúcia. Zita aceitou-a, mas para dá-la a um pobre que tiritava de frio. Disse-lhe, porém, que no fim da missa, devia restituir. Terminada a missa o pobre não apareceu e Zita teve de voltar para casa sem a pelúcia e que lhe importou forte censura do patrão. Pelo meio dia à hora do jantar, veio o pobre, e com muitos agradecimentos entregou a pelúcia retirando-se. O patrão ao ver isto, começou a formar conceito mais elevado de sua empregada.

Jamais alguém a viu encolerizada. Só se em sua presença alguém se atrevia a dizer uma palavra que ofendesse a virtude angélica, Zita não continha sua indignação. A um jovem que menos respeitosamente se atrevera a aproximar-se de sua pessoa com malícia , aplicou-lhe uma forte bofetada, pondo imediato fim aos seus intentos.

Quanto Zita chegou a completar sessenta anos, quiseram seus amos aliviá-la em seu trabalho, a que a santa empregada se opôs.

Deus, porém, mandou-lhe sinais indubitáveis de sua próxima morte. Zita preparou-se então santamente para a última recepção dos santos sacramentos. No dia 27 de abril de1272, sua alma voou para o Céu. Neste dia, apareceu sobre sua morada uma estrela de brilho extraordinário. As crianças do lugar,vendo-a , exclamaram: "De certo morreu a Santa Zita, vamos vê-la". Seu corpo foi depositado na igreja de São Fridigiano.

No ano de 1580 foi aberto o túmulo e o corpo encontrado intacto. Muitos milagres foram registrados no lugar de sua sepultura. Santa Zita foi canonizada pelo Papa Inocêncio XII.

Reflexões:

A vida e o exemplo de Santa Zita nos mostram que é possível santificar o mundo. Condição indispensável para a perfeição cristã é que nós nos contentemos com a sorte que Deus nos deu. A palavra de Cristo: "Meu alimento é cumprir a vontade de meu Pai", deve ser lema de todos nós. Não podem ser todos grandes senhores, sábios e poderosos; é preciso que haja operários, empregados e jornaleiros. Nem tudo convém a todos. Perante Deus todas as profissões são boas e nenhuma há que se ache excluída do amor paternal divino.

Que os humildes e pobres não se esqueçam de que na humildade e na pobreza é mais fácil se santificar do que na riqueza e em altas posições sociais.

Lê-se na vida de Ganfredo, humilde e piedoso sacerdote do convento de São Bernardo, que renunciou ao bispado de Dornik, que o Papa lhe oferecera. Depois de sua morte apareceu a um amigo seu e disse-lhe: "Sou feliz: estaria, porém, entre os condenados, se tivesse aceito a dignidade episcopal".
EMANUEL ARAUJO CRISTAO GARANHUNS


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