Que o perdão de Jesus nos cure a partir do nosso interior
Postado por: homilia
julho 5th, 2012
A cura do paralítico nos é contada também pelos
evangelistas Marcos (2,1-12) e Lucas (5,17-26). No entanto, Mateus apresenta
essa história com mais particularidades.
Na sua versão, Mateus estiliza a cena reduzindo-a
ao essencial, omitindo todos os particulares. A chave para descobrir sua
intenção está nas palavras de Jesus: “Vendo a fé daquela gente, Jesus disse
ao paralítico: ‘Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados’”. Neste
texto, Mateus quer afirmar que Jesus tem o poder de perdoar os pecados. A cura
do paralítico comprova esse poder.
Além de ter o poder de perdoar os pecados, Jesus
demonstra ter um poder mais forte de penetrar os pensamentos dos escribas, sem
que alguém Lhe contasse, e disse-lhes: “Por que pensais mal em vossos
corações?”.
Por sua vez, Jesus possui um conhecimento
sobre-humano, sobrenatural, doado a Ele pelo Espírito Santo. Em outros momentos,
Ele dirá: “Vocês veem as aparências. Eu vejo o coração”. Este
conhecimento sobrenatural do Senhor demonstra que Ele tem também uma dignidade
única e que justifica o Seu poder também único, aquele de perdoar os
pecados.
Quando Jesus quer demonstrar que tem poder sobre
o pecado, o paralítico passa para o segundo plano, como se não Lhe interessasse
mais a cura daquele homem, mas sim nosso conhecimento de que o Filho do Homem
tem o poder de perdoar os pecados.
A razão da cura do paralítico, o qual ouviu as
palavras de Jesus: “Levanta-te, toma a maca e volta para tua casa”, é
demonstrar a saúde eterna; o perdão dos pecados é mais importante do que a saúde
do corpo.
Mateus, além de demonstrar o poder de Jesus, quer
realçar a fé daquela multidão que se aproximou d’Ele, atraída a Ele justamente
por causa deste poder. Fé tão grande que venceu todas as dificuldades. Fé que é
confiança ilimitada no poder de Jesus, posto a serviço do ser humano.
O poder que o Senhor Jesus tem de perdoar os
pecados foi passado aos seus discípulos-apóstolos, quando, ao ressuscitar dos
mortos e aparecendo-lhes, disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me
enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois destas palavras, soprou
sobre eles dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes,
ser-lhes-ão retidos” (João 20, 21-23).
Jesus pergunta a Pedro: “No dizer do povo,
quem é o Filho do homem?” E aos seus discípulos: “E vós, quem dizeis
que eu sou?” Respondeu Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”.
Então, Jesus disse a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei
a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei
as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na Terra, será ligado nos céus,
e tudo o que desligares na Terra, será desligado nos céus” (Mt
16,13-19).
Portanto, a Igreja de Cristo – e nela os homens
escolhidos por Ele – tem a missão de administrar o sacramento do perdão. Não são
eles que perdoam, mas é o Senhor que o faz na pessoa do sacerdote. Este poder de
perdoar os pecados é inseparável da pessoa de Cristo e da Sua Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Pai, que minha fé, ilimitada em Seu Filho Jesus,
seja penhor de perdão e cura. Que o perdão do Senhor me cure a partir do meu
interior.
Padre Bantu Mendonça
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