Santo do Dia
27 de Julho
São Pantaleão, Mártir.
(+ Nicomédia, Ásia Menor, séc. III)
Era médico e, tendo-se convertido à
Religião católica, passou a operar curas milagrosas, com o que despertou
inveja de médicos pagãos que o denunciaram ao imperador Maximiano. São
Pantaleão, depois de sofrer tormentos vários, deu a vida por amor a
Jesus Cristo.
São Clemente de Ochrida
+ 916
+ 916
Clemente é chamado “de Ochrida” pela sua forte
ligação com aquela cidade. Mas é também conhecido como “o búlgaro”, e
todos os títulos são apropriados, porque durante sua vida religiosa
conviveu muito tempo com esse povo, deixando marcas profundas de sua
presença na Bulgária. A sua origem, seu nascimento e juventude são
desconhecidos.
No século IX, o príncipe da Morávia solicitou ao
imperador de Constantinopla que lhe enviasse evangelizadores de origem
germânica. Tinha a intenção de ampliar a catequização da população, mas
não queria os missionários “latinos”, que eram diferentes dos
“germânicos” nos rituais litúrgicos. Isso era possível porque a Igreja
ainda não tinha um padrão para todos os rituais católicos.
Seguiram para lá os irmãos Cirilo e Metódio, ambos
germânicos, no futuro conhecidos como os “apóstolos do Oriente”. Os dois
irmãos levaram alguns colaboradores, um deles era Clemente. Como era
muito culto e aplicado, tornou-se o colaborador direto de Metódio na
adaptação da liturgia do Oriente para as populações daquela região.
Clemente fez inúmeras viagens com os dois
apóstolos por todo o leste europeu, sendo um discípulo fiel na pregação
do cristianismo. A evangelização do leste europeu era marcada pela
rivalidade gerada com divisão entre evangelizadores “latinos” e
“germânicos”. Tanto assim que o próprio Clemente precisou afastar-se de uma cidade, porque um bispo não aceitava os “ritos germânicos”.
Por isto, Clemente decidiu seguir para a Bulgária,
onde, além de refúgio, encontrou um novo campo de ação. Lá, trabalhou na
simplificação do novo alfabeto para facilitar os estudos. Também
converteu à fé cristã o próprio rei, que deixou o trono e retirou-se
para um mosteiro. Os outros dois reis sucessores encorajaram a obra
missionária e Clemente foi nomeado “primeiro bispo de língua búlgara”
para comandar a principal diocese.
Porém Clemente tinha sempre o pensamento voltado para
a querida cidade de Ochrida, onde havia construído uma escola, que
também era um mosteiro. Era lá que pretendia recolher-se na velhice. Mas
não conseguiu, porque antes deveria pessoalmente escolher, instruir e
formar o bispo substituto. No dia 27 de julho de 916 ele faleceu na
cidade de Velika.
Seu corpo foi sepultado no Mosteiro de Ochrida, onde
seu túmulo passou a ser visitado e venerado pela população. Em alguns
lugares, por tradição popular, costuma ser lembrado no dia 25 de
novembro. A Igreja Católica proclamou-o santo e escolheu o dia de sua
morte, 27 de julho, para as homenagens litúrgicas.
São Celestino I
Papa
+432
Papa
+432
O papa Celestino I, eleito em 10 de setembro de 422,
nasceu na Campânia, no sul da Itália. Considerado um governante de
atitude, foi também um pioneiro em muitos aspectos. Enfrentou as graves
questões da época de tal maneira que passou para a história, embora o
seu mandato tenha durado apenas uma década.
Era um período de reconstrução para Roma, que fora
quase destruída pela invasão dos bárbaros, liderados por Alarico. O papa
Clementino I participou ativamente restaurando numerosas basílicas,
entre elas a de Santa Maria, em Trastevere, a primeira dedicada a Nossa
Senhora, e construiu a de Santa Sabina.
Além disso, entendia que o papa tinha o direito de
responder pessoalmente a correspondência enviada pelos cristãos leigos e
não apenas das autoridades e dos clérigos. E ele o exerceu por meio de
suas cartas, as quais chamava de decretais, e que se tornaram a semente
do direito canônico. Também foi vigoroso o intercâmbio de
correspondência que manteve com seu amigo e contemporâneo, santo
Agostinho, o bispo de Hipona, do qual foi ferrenho defensor.
Foi ele o primeiro a determinar que os
bispos não deveriam nunca negar a absolvição a alguém que estivesse
morrendo. Também proibiu que os bispos vestissem cintos e mantos como os
monges. Combateu as heresias, ajudou a esclarecer dúvidas doutrinais e
combateu os abusos que se instalavam nas sedes episcopais. Seus
atos pareciam acertar todo alvo escolhido. Enviou são Patrício à
Irlanda e são Paládio à Escócia e, como se sabe, ambos se tornaram,
histórica e espiritualmente, ligados a esses países para todo o sempre.
Outro evento importantíssimo realizado
sob sua direção foi o Concílio de Éfeso, em 431. A importância desse
Concílio, o segundo realizado pela Igreja e do qual participaram apenas
cento e sessenta bispos, foi que nele se confirmou o dogma de Maria como
“Mãe de Deus” e não apenas “mãe do homem”, como pregava o
arcebispo de Constantinopla, Nestório. Ele defendia a tese de que Jesus
não era Deus quando nasceu e, portanto, Maria era apenas a mãe do homem
Jesus e não de Deus feito homem.
O papa Celestino I, para acabar com a confusão que se
generalizara no mundo cristão, determinou que são Cirilo, bispo de
Alexandria, dirigisse o Concílio, que se iniciou em 22 de junho de 431.
Ao seu final, foi restabelecida a verdade bíblica do nascimento do
Cristo. O papa enviou comunicados a todas as autoridades do mundo não só
explicando a decisão, mas informando a destituição e condenação do
bispo Nestório, que foi poupado da excomunhão.
Este foi seu último documento oficial, expedido na
data de 15 de março de 432, que fechou com chave de ouro seu
pontificado, pois morreria alguns meses depois, em 27 de julho.
São Celestino I foi sepultado numa capela do
cemitério de Priscila. Em 817, suas relíquias foram colocadas na
basílica de Santa Praxedes, e uma parte delas enviadas para a catedral
de Mantova.
São Raimundo Zanfogni
1140-1200
1140-1200
Raimundo Zanfogni voltava com sua mãe da Terra Santa
quando esta morreu. Tinha quinze anos quando retornou à sua terra natal,
depois dessa viagem. Ele nasceu em Piacenza, Itália, no ano de 1140.
Mais tarde, casou-se e teve cinco filhos, porém todos
morreram no mesmo ano. Nasceu então um outro, Geraldo, forte e sadio,
mas a esposa adoeceu e morreu quando o menino ainda era muito pequeno.
Por isso decidiu deixar o filho com os sogros, que o educaram no
seguimento de Cristo, e tornou-se um peregrino.
Primeiro foi à Santiago de Compostela, depois a Roma,
de onde seguiu para Jerusalém e voltou novamente para Roma. Mas
aconteceu algo que o reconduziu a Piacenza. Dizia ter
recebido um aviso divino de que deveria retornar e cuidar dos pobres de
sua cidade. E ali, imediatamente, iniciou a sua obra.
Raimundo passou a cuidar dos doentes e
moribundos, num tempo em que não existia assistência aos necessitados.
Fundou uma espécie de hospedaria-albergue, onde tratava a todos com
dedicação e dignidade, enxergando em cada um deles a face de Cristo.
Como não tinha muitas posses, tornou-se esmoler para manter suas obras.
Freqüentava todos os dias as igrejas, pregava pelas ruas e fazia
procissões com seus pobres, solicitando a caridade das pessoas. Logo ele
passou a abrigar também as crianças abandonadas, que se tornaram a
grande razão de sua vida.
Além de dar abrigo e cuidado, afeto e carinho, ele
catequizava a todos na doutrina cristã. Era um simples leigo, tinha
pouca instrução, mas possuía o dom da sabedoria e pregava com
autoridade. Por isso ele tomou a iniciativa de advertir publicamente o
próprio bispo, que não se posicionava com firmeza diante dos problemas
da cidade. Na época, Piacenza e Cremona passavam por constantes lutas,
resultando em mortos inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu
solucionar o conflito.
Tornou-se o protetor dos pobres e das vítimas dos
abusos de todos os gêneros, que ele mesmo acompanhava aos tribunais
defendendo-os na frente dos juízes insensíveis e prepotentes. As
autoridades do governo, por fim, passaram a consultá-lo em todas as
questões que envolviam os pobres.
Faleceu no dia 27 de julho de 1200, entre seus
pobres, e exortando ao filho Geraldo que se tornasse sacerdote, o que de
fato ocorreu pouco tempo depois. Com fama de santidade em vida, foi
sepultado próximo à capela dos Doze Apóstolos.
Logo as notícias de graças e prodígios se espalharam
pela região e a casa dos seus pobres,passou a ser chamada de Hospedaria
de São Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado em 1602, pelo papa
Clemente VIII, que designou o dia de sua morte para a celebração
litúrgica.
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