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Santa
Margarida 275-290
20 de julho
Santa Margarida
Margarida nasceu no ano 275, na Antioquia de Pisidia, uma
florescente cidade da Ásia Menor. Órfã de mãe desde pequena e filha de um
sacerdote pagão e idólatra, Margarida tinha tudo para jamais aproximar-se de
Deus, se "algo" não acontecesse. E algo divino aconteceu: o pai acabou confiando
sua educação a uma ama extremamente católica e a vida de Margarida enveredou por
outro caminho. Caminho que a levaria à santidade.
Cresceu inteligente e
muito dedicada às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não
ia aos cultos ou mesmo ao templo para participar dos sacrifícios aos deuses. Sem
suspeitar que, à noite, ela participava de cultos cristãos. Como não podia
sequer imaginar tal fato, alguém tratou de abrir seus olhos.
Foi aí que
começou o suplício de Margarida. Ele exigiu que ela abandonasse o cristianismo.
Como ela se recusou, primeiro impôs-lhe um severo castigo, mandando a jovem para
o campo, trabalhar ao lado dos escravos. Depois, como nem a força fazia a filha
mudar de idéia, entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo "crime
de ser cristã".
O martírio da jovem Margarida foi tão terrível e de
resultados tão fantásticos que se tornou uma das paginas da tradição cristã mais
transmitida através dos séculos. Justamente por ter sido tão cruel, o povo
apegou-se de tal forma ao sofrimento da jovem que à sua narrativa
acrescentaram-se fatos lendários. O certo foi que primeiro ela foi levada à
presença do juiz e prefeito e, diante dele, negou-se a abandonar a fé cristã.
Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram tortura
física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e
rasgado com ganchos de ferro. Dizem que a população e até mesmo os carrascos
protestaram contra a pena decretada.
No dia seguinte, ela apareceu, sem
o menor sinal de sofrimento, na frente do governante, que. irado com o estranho
fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente, a
comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava
sofrer. Diz a tradição que Margarida teria sido visitada no cárcere pelo
satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas Margarida conseguiu sair do
seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. Ela foi, então,
jogada nas águas de um rio gelado. Quando saiu de lá viva, com as correntes
arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se,
converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito
enfurecido mandou que a decapitassem.
Ela morreu no dia 20 de julho de
290, com a idade de quinze anos. O seu corpo foi recolhido e levado para um
lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a ser
venerada em todo o Oriente. No século X, foi trasladado para a Itália e desde
então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. De tal modo, que santa
Margarida foi incluída entre os "quatorze santos auxiliadores", aos quais o povo
cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difíceis. Santa Margarida é
solicitada para proteger as grávidas nos partos complicados.
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