Primeiros anos
Segundo uma tradição católica estima-se que a Virgem teria nascido a
8 de setembro,
[5] num sábado,
[carece de fontes] data em que a
Igreja festeja a sua Natividade.
[5]
Também é da tradição pertencer à descendência de
Davi - neste sentido existem relatos
de
Inácio
de Antioquia,
Santo Irineu,
São Justino e de
Tertuliano - consta ainda dos
"apócrifos"
Evangelho do nascimento de Maria e do
Protoevangelion e é também de uma
antiga tradição que remonta ao
século II que seu pai seria
São Joaquim, descendente
de Davi, e que sua mãe seria
Sant'Ana, da descendência do Sacerdote
Aarão.
Pelo texto
Caverna dos Tesouros, atribuído a
Efrém da Síria,
Ana (
Hannâ ou
Dînâ) era filha de
Pâkôdh e seu marido se
chamava
Yônâkhîr.
[6].
Yônâkhîr e
Jacó
eram filhos de
Matã e
Sabhrath.
[6]
Jacó foi o pai de
José,
desta forma, José e Maria eram primos.
[6] Maria nasceu
sessenta anos depois que seu pai,
São Joaquim, tomou
Santa Ana por esposa.
[6]
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido
apresentada no
Templo de
Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos
no serviço do
Senhor, quando então teria
morrido seu pai,
São
Joaquim.
Com a morte do pai teria se transferido para
Nazaré, onde
São José morava. Três anos
depois realizar-se-iam os esponsais. Os padres
bolandistas, que dirigiram a publicação da
Acta Sanctorum de
1643 a
1794, supõem em seus estudos que
São Joaquim era irmão de
São José, o que caracterizaria um caso de
endogamia, o que era comum entre os
judeus.
Segundo a
doutrina da Igreja Católica,
Maria está associada aos seguintes
dogmas de
fé:
As igrejas ortodoxas e anglicanas na sua maioria aceitam alguns desses
dogmas. Os Ortodoxos aceitam o dogma da Virgindade Perpétua e referir-se a Maria
como Theotokos. Alguns Anglicanos aceitam referir a Maria como Theotokos. A
Igreja do Oriente,
uma das mais antigas denominações cristãs, rejeita chamá-la de Theotokos. As
confissões protestantes não os aceitam ou mostram-se reticentes sobre o
tema.
A coroação da Virgem Maria pela Santíssima
Trindade,
Velasquez.
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Maternidade Divina
Este dogma foi proclamado pela Igreja Católica no
Concílio de
Éfeso em
431, como sendo Maria a "
Mãe de
Deus", em grego
Theotokos e em latim
Mater Dei. O Concílio
de Éfeso proclamou que "se alguém não confessa que o Emmanuel é verdadeiramente
Deus, e que por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, já que engendrou segundo
a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema "(...). Segundo
São Tomás de Aquino "A Santíssima
Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita,
derivada do bem infinito que é Deus".
[7]
A
New Catholic Encyclopedia diz: "Maria é realmente a mãe de Deus, se
se satisfizerem duas condições: que ela é realmente a mãe de Jesus e que Jesus é
realmente Deus."
[8] A Bíblia diz que Maria era mãe de Jesus, mas
será que Jesus era Deus? Foi no quarto século, muito tempo depois de se
completar a escrita da Bíblia, que a Igreja formulou a sua declaração sobre a
Trindade.
[9]
Nessa ocasião, no Credo de Nicéia, a Igreja se referia a Jesus Cristo como "o
próprio Deus". Após isso, no Concílio de Éfeso, em 431 d.C., Maria foi
proclamada pela Igreja como
The·o·tó·kos, que significa "que deu à luz a
Deus", ou "Mãe de Deus". Entretanto, nem essa expressão nem a idéia disso se
acha no texto de nenhuma tradução da Bíblia.
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Virgindade
Perpétua
Sobre este tema, especificamente, discorreu na antiguidade,
Ambrósio de
Milão, por volta do ano 391 ou 392, na obra
De
Institutione Virginis, em que se ocupa em defender a
virgindade perpétua de Maria, contra
algumas vozes que se levantavam na época contra esta prerrogativa que Lhe é
reconhecida por algumas igrejas cristãs.
Sobre a virgindade de Maria, os cristãos
católicos,
protestantes e
ortodoxos creem que Maria era
virgem quando deu
à luz
Jesus, mas apenas a Igreja Católica
e os ortodoxos creem que Maria ficou perpetuamente virgem. A tese sobre sua
virgindade no
nascimento de Cristo está ligada à profecia
de
Isaías
7:14.
Segundo o relato bíblico, Maria teve como filhos, além de Jesus: Judas,
Tiago, Simão e José.
A New Catholic Encyclopedia (1967, Vol. IX, p. 337)
relativo às palavras gregas
a·del·foí e
a·del·faí, empregadas em
Mateus
13:55, 56, que estas "têm o significado de irmãos e irmãs consangüíneos no
mundo de língua grega do empo do evangelista, e, naturalmente, seriam entendidas
neste sentido pelo leitor grego. Perto do fim do 4.° século (c. 380), Helvídio,
numa obra hoje perdida, insistiu neste fato para atribuir a Maria outros filhos
além de Jesus, a fim de torná-la um modelo para as mães com família mais
numerosa. S. Jerônimo, motivado pela fé tradicional da Igreja na virgindade
perpétua de Maria, escreveu um tratado contra Helvídio (383 AD) em que
desenvolveu uma explicação . . . que ainda está em voga entre os eruditos
católicos".
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Imaculada
Conceição
-
Na
bula
papal dogmática
Ineffabilis Deus, foi feita a definição
oficial do
dogma da
Imaculada
Conceição; nela, em
8 de
dezembro de
1854 disse Pio IX:
(...)
que a doutrina que defende que a beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda
a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção, por
singular graça de privilégio de Deus omnipotente e em atenção aos merecimentos
de Jesus Cristo salvador do gênero humano, foi revelada por Deus e que, por isso
deve ser admitida com fé firme e constante por todos os fiéis. [10]
Em
8 de setembro de
1953,
Pio XII através da Carta encíclica
Fulgens corona anunciou a
celebração do "
Ano Mariano" comemorativo do primeiro centenário da
definição do dogma da "Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria". Em
5 de dezembro de
2007,
Bento XVI fez tornar público decreto que concede
indulgência plenária aos
fiéis que cumprirem as condições nele estabelecidas, por ocasião do "
150º.
aniversário da manifestação da Beata Virgem Maria na Gruta de Massabielle,
próximo a Lourdes"
[11]
A
New Catholic Encyclopedia (1967, Vol. VII, pp. 378-381) reconhece
com respeito à origem dessa crença: “. . . a Imaculada Conceição não é ensinada
explicitamente nas Escrituras . . . Os mais primitivos Pais da Igreja
consideravam Maria como santa, mas não absolutamente sem pecado. . . . É
impossível precisar uma data quando essa crença se tornou um artigo de fé, mas,
parece que, por volta do 8.° e do 9.° século, se tornou de aceitação geral.
. . . [Em 1854, o Papa Pio IX definiu o dogma] ‘que sustenta que a Santíssima
Virgem Maria foi preservada de toda a mácula do pecado original no primeiro
instante de sua Conceição’.” Esta crença foi confirmada pelo II Concílio do
Vaticano (1962-1965).
[12]
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A Dormição
-
Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição
cristã, atestada por
Hipólito de
Tebas[13], que ela teria morrido (
Dormição da
Virgem Maria) no ano 41 d.C. e seu corpo depositado no
Getsêmani.
Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat.
dormitáre, em vez de "morte". Alguns teólogos e santos da Igreja
Católica, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria "dormitado" e assim
levada aos Céus; outra corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este
privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte.
Na liturgia bizantina a festa da dormição ocorre no dia
31 de agosto, é a
Dormição
da SS. Mãe de Deus, "Kóimesis" em grego e Uspénie em língua eslava
eclesiástica, termos que se referem ao ato de dormir. A partir de
1 de agosto, na Igreja oriental
e bizantina (ortodoxos e greco-católicos) inicia-se a preparação para esta
festa. O dia
15 de agosto
foi estabelecido pelo imperador Maurício (582-602), do
Império Romano do Oriente,
mantendo assim uma antiga tradição, no Ocidente foi introduzida pelo
Papa Sérgio I.
[14]
Do ponto de vista oficial do magistério da Igreja Católica, sobre esta
matéria, nunca se duvidou da Assunção. Reservou-se ao dogma apenas o tema da
Assunção em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto,
João Paulo II assim se
manifestou:
- (...) O Novo
Testamento não dá nenhuma informação sobre as circunstâncias da morte de
Maria. Este silêncio induz supor que se produziu normalmente, sem nenhum fato
digno de menção. Se não tivesse sido assim, como teria podido passar
despercebida essa notícia a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma
maneira até nós?
- No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem fundadas as
opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais importante é investigar a
atitude espiritual da Virgem no momento de deixar este mundo. A este propósito,
São Francisco de Sales considera
que a morte de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma
morte "no amor, por causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a
Mãe de Deus morreu de amor por seu filho Jesus (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc.
XIII-XIV).
- Qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto de
vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito desta
vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na glória, de modo
que nunca melhor que nesse caso a morte pode conceber-se como uma
"dormição". [15]
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