quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Coração, não te perturbes

Coração, não te perturbes, Se, em torno, há quem se desmande, Se a luta surge tão grande, Que tudo é aflição no ar... Abraça os próprios deveres, Acalma-te, serve e lida, Que Deus, sustentando a vida, Só nos pede confiar. Olha os exemplos do campo, Na noite de tempestade, O solo é treva e ansiedade Sob o granizo e bater; Caem troncos, rolam penhas, O raio quebra a montanha, O lodo se desentranha, É a gleba a se desfazer. Escondem-se, furna em furna, Os peregrinos da estrada, Passarinhos na ramada Lançam pios de oração; Ouvem-se gritos selvagens, É o vento brandindo o açoite, Cortando as formas da noite E uivando desolação. Mas outro dia está pronto... A madrugada vem vindo, Um roseiral no céu lindo É o jardim que o Sol produz; O clarão cresce e se espalha, A brisa afaga os caminhos, Brilham copas, cantam ninhos, Toda a Terra é um mar de luz. Coração, assim também,

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