terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Santo do Dia compartilhou a própria foto.
Conversão de São Paulo
(25 de Janeiro)
A conversão mais extraordinária que se deu depois da Ascensão de Nosso Senhor, foi a de Paulo. Discípulo do sábio mestre Gamaliel, era Paulo havido por homem de grande inteligência e de espírito superior, gozando, portanto, de certa consideração na alta sociedade de Jerusalém. A sua conversão inesperada, de certo causou sensação extraordinária na capital do judaismo. Conhecido de todos, como inimigo fidagal da religião de Cristo e seu cruel perseguidor, era natural que a notícia dessa conversão fosse pelos Apóstolos recebida com muito cepticismo e grande desconfiança.
Depois do acontecimento grandioso da conversão, Paulo ficou alguns dias em Damasco. Causou grande confusão entre os ouvintes, na Sinagoga daquela cidade, a narração da visão que teve, e o ardor com que se confessava em favor de Cristo e de sua doutrina. De Damasco se dirigiu para a solidão da Arábia, onde ficou três anos, fazendo grandes penitências e entregando-se ao estudo da religião. Passado esse tempo, voltou a Damasco, onde foi muito mal recebido pelos Judeus, que quiseram matá-lo. Vigiaram a casa onde estava e foi devido à dedicação de alguns cristãos, que conseguiu fugir, descendo num cesto pelo muro afora.
Em Jerusalém, para onde se dirigiu então foi-lhe difícil achegar-se aos Apóstolos, que o temiam, e não disfarçavam a desconfiança que lhes inspirava aquela conversão. Foi por intermédio de Barnabé, que Paulo conseguiu ser-lhes apresentado. Desde que os Apóstolos se convenceram da verdade e solidez da conversão, com eles ia a vinha em Jerusalém, procurando sempre o contato com os gentios. Os judeus, por seu turno, não lhe perdoaram a apostasia e tramaram contra sua existência. Por esse motivo deixou Jerusalém e foi por Cesaréia para Tarso, sua terra natal, onde permaneceu três anos, pregando o nome e a doutrina de Jesus nas regiões da Síria e Cilícia.
Essa pregação teve por resultado a conversão de muita gente. Em companhia de Barnabé seguiu para Antióquia, onde fundaram a primeira comunidade cristã. Achando-se a Igreja de Jerusalém em situação aflitiva, em conseqüência da guerra que lhe fazia a sinagoga, Paulo e Barnabé arrecadaram esmolas, com que socorreram os irmãos na metrópole. Em Jerusalém receberam ordem de continuar a pregação entre os gentios. De Antióquia dirigiram-se para a Seleucia e daí foram para a ilha de Chipre. Percorrida toda a ilha até Pafos, foram chamados para junto do proconsul Sérgio Paulo, homem reto que desejava ouvir a Palavra de Deus. Um mago, judeu, falso profeta, chamado Simão, procurou desviá-lo da fé. Paulo, cheio do Espírito Santo, encarando-o em face disse-lhe: "Filho do diabo, inimigo de toda justiça, eis que a mão de Deus te castiga; não verás mais por algum tempo a luz do sol". Logo espêssas trevas o cercaram e tateava, procurando quem o guiasse. À vista disto, o proconsul se converteu.
De Pafos, Paulo com o companheiro, passou para Perga e de lá para Antióquia. Houve tantas conversões, que os judeus, enchendo-se de inveja, moveram perseguição contra os Apóstolos. Estes, então, se retiraram e foram-se para Listra, passando por Iconium.
Em Listra havia um paralítico que recuperou a saúde pela imposição das mãos de Paulo. O povo, vendo isto, julgou estar em presença de deuses e quis dar-lhe honras divinas. Os judeus, perseguindo sempre o Apóstolo, vieram de Antióquia, prenderam-no, levaram-no para fora da cidade, apedrejaram-no, deixando-o como morto. No dia seguinte, porém, seguiu para Derbéia, onde ganhou muitos discípulos.
Quando mais tarde voltou outra vez para Antióquia, pode contar, em grande assembléia, os progressos que a religião de Jesus tinha feito.
Surgia entre os discípulos uma controvérsia, sobre a aplicação da lei da circuncisão aos gentios recém-convertidos. Numa reunião que houve em Jerusalém, à qual também compareceram também Paulo e Barnabé, foi decidido que os convertidos do paganismo não seriam obrigados à circuncisão.
Fazendo de Antióquia ponto de partida, Paulo e Barnabé visitaram todas as cidades da Ásia Menor, porque tinham passado na primeira viagem. Em Troas teve Paulo uma visão: Em pé, diante dele, um Macedônio suplicava-lhe: "Passa à Macedônia, e vem em nosso socorro!" Paulo embarcou com Silas, Timóteo e Lucas para Filipes. Em Filipes libertou do demônio uma empregada, que, possessa do espírito adivinhatório, dava lucros avultados aos amos. Estes, vendo-se prejudicados seus interesses, levantaram o povo contra Paulo e Silas, arrastaram-nos diante do tribunal e disseram: "Estes homens põem em desordem a nossa cidade". A autoridade mandou-os açoitar com varas e, metidos no cárcere, foram presos ao "tronco". À noite, um forte terremoto abalou a cidade toda. As portas da prisão abriram-se e as cadeias dos prisioneiros caíram. O Carcereiro, estupefato e apavorado, fez-se batizar imediatamente com toda a família.
De Filipes Paulo foi para Anfipolis, Apolônia, Tessalônica e Beréia e daí até Atenas. Em Atenas Paulo pregou aos judeus na Sinagoga, aos pagãos na praça pública. Convidado para falar no Areófago, disse Paulo: " Cidadãos de Atenas! Um dia destes percorrendo vossa cidade e considerando os objetos do vosso culto, notei entre outros, um altar, com a inscrição: 'Ao Deus desconhecido'. Aquele Deus a quem venerais, sem o conhecer, é o que venho anunciar-vos". Quando depois passou a falar da ressurreição, uns escarneciam, outros disseram: "Falar-nos-á outra vez sobre este assunto". Houve algumas conversões, por exemplo a de Dionísio, membro do Supremo Tribunal. De Atenas, Paulo foi para Corinto, onde pregou o Evangelho durante um ano e seis meses. De Corinto passou para Efeso, de Efeso para Cesaréia, Jerusalém e Antióquia.
Em outra viagem, após breve espaço de tempo, Paulo visitou todas as Igrejas da Ásia . Em Efeso batizou 12 discípulos e impôs-lhe as mãos, chamando sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar línguas e profetizar.
Três anos passou Paulo em Efeso, permanência assinalada por muitos milagres. Curaram-se doentes, aos quais aplicaram o sudário e a cinta de São Paulo. Inúmeros demônios foram expulsos das suas vítimas. Muitos fiéis vieram confessar os pecados.
Os judeus não deixaram de odiar a Paulo e continuaram a perseguí-lo. Antes de se despedir de Efeso e Mileto, foi São Paulo avisado pelo Espírito Santo, que em Jerusalém havia de encontrar muita tribulação; e assim aconteceu. Mal tinha chegado a Jerusalém, os judeus apoderaram-se dele e teriam-no matado , se o tribuno da corte romana não lho tivesse arrebatado das mãos. Ainda assim, mandou metê-lo a ferros e encarcerá-lo. De noite Jesus Cristo apareceu a Paulo e lhe disse: " Coragem! Como deste testemunho de mim em Jerusalém, o mesmo farás em Roma".
Como os judeus insistissem na sua condenação, o tribunal romano mandou conduzí-lo de noite, com uma escolta, ao governador Felix, em Cesaréia. Lé ficou dois anos, até que Felix teve por sucessor a Festo. Os judeus pediram a este a transferência do prisioneiro para Jerusalém, pensando matá-lo em viagem. Festo perguntou a Paulo: "Queres ser julgado em Jerusalém, no meu tribunal?" Paulo respondeu: "Apelo para Cesar!" Festo: " Apelaste para Cesar, diante de Cesar comparecerás!"
Marcada a partida, Paulo tomou passagem no navio, com Lucas e muitos outros presos. A viagem foi penosíssima e o navio ancorou na ilha de Creta. Paulo aconselhou a passarem o inverno lá, mas essa opinião não teve apoio dos outros e continuaram a viagem. Uma grande tempestade, no alto mar, pôs em perigo a vida de todos e só depois de 15 dias, cheios de aflições, abordaram a ilha de Malta. O navio despedaçou-se, como predissera Paulo, mas os passageiros, em número de 276, chegaram à praia sãos e salvos.
Durante os três meses de parada na ilha de malta, Paulo curou muitos doentes dos insulares que lhe fizeram honrosas manifestações.
De Malta seguiram para Roma, onde Paulo ficou alojado em casa particular, com o soldado que o guardava. Dois anos ficou o Apóstolo em Roma, fazendo bm, onde se lhe oferecia ocasião, e pregando a doutrina de Cristo. O zêlo não lhe deu descanso. Passados os dois anos de cativeiro, Paulo foi à Espanha; de lá voltou ao Oriente, onde visitou as Igrejas de Efeso, de Crea, da Macedônia e de Mileto.
É admirável como o apóstolo, no meio de tantos trabalhos apostólicos, teve ainda tempo para escrever 14 Epístolas a particulares e a diversas Igrejas.
Dois anos foram-se com essas viagens apostólicas, quando Paulo voltou a Roma, onde era imperador Nero, o monstro purpurado. Na metrópole do império sofreu o martírio junto com São Pedro. Na qualidade de cidadão romano, foi degolado. Era o ano 67 depois de Jesus Cristo. Uma parte das relíquias de São Paulo descansam na basílica de São Pedro, ao lado das relíquias do príncipe dos Apóstolos.
Reflexões:
São Paulo é chamado o Apóstolo dos Gentios. realmente é admirável sua atividade na propagação da fé. De perseguidor de Jesus Cristo fez-se um Apóstolo da Igreja, um missionário, o modelo dos missionários de todos os tempos. As Epístolas de São Paulo dão-nos uma imagem nítida das suas lutas, dificuldades, provações e tribulações de toda a sorte. Mas em tudo venceu o amor a Jesus, a Jesus crucificado. São Paulo é um gigante no amor ao Salvador. "Jesus é minha vida", confessa ele, e para Jesus não havia trabalho que não fizesse, dificuldade que não vencesse. No fim da vida, pôde, em verdade, dizer: "Combati o bom combate, terminei a carreira e conservei a fé". Para que possamos afirmar a mesma coisa, é preciso que imitemos o grande Apóstolo no imenso amor a Jesus e à Santa Igreja. É preciso que com ele, sacrifiquemos a nossa carne., demos desprezo ao mundo, tenhamos amor aos nossos irmãos, sejamos castos e puros, e da nossa vida façamos um hino de louvor a Deus. Destarte, seremos herdeiros da coroa, que nos dará o justo juiz no dia da recompensa.

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