Senhor, ensina-nos a orar" (2º de 24 artigos)
Por que Jesus orava?
Jesus orava. Nós podemos ver, em nossas próprias limitações e necessidade, razões para orar. Mas, o que estava atrás das orações de Jesus? Jesus é Divino, Todo-poderoso, o Eu Sou, Jeová. Que necessidades suas poderiam ser satisfeitas com oração? Contudo, ali estava ele em forte choro, lágrimas e devoção, orando (Hebreus 5:7).
Quando ele tomou a humanidade sobre si mesmo, ele ainda era aquele que sempre existia, e existe. Mas, por muitas razões no plano de Deus, por ter sido gerado como um homem, ele tomou voluntariamente a relação de Filho para Pai, e aprendeu a obediência. Esta posição estabelecia, não somente identidade carnal conosco, mas identidade moral também, na exigência de sujeição.
Tendo vindo para fazer a vontade de outro, ele era guiado pelo Espírito (Lucas 4:1,14), e operava milagres pelo poder do Espírito Santo (Atos 10:38), e não pela sua própria vontade (Marcos 5:30). Ele orava porque confiava na providência do céu.
O reconhecimento desta providência levou a orações de agradecimento. Ele agradecia a Deus pelo alimento (Mateus 15:36). Outra oraçao de agradecimento demonstrava sua associação com o Pai, para que aqueles que estavam na ressurreição de Lázaro pudessem entender que ele tinha sido enviado por Deus (João 11:41-42). Nossas orações podem identificar-nos com Deus.
Eu cresci num lugar e num tempo quando as pessoas eram muito modestas na expressão pública de fé. Seria "exibição" dar graças num restaurante. Mas, agora, eu creio que é bom para o mundo ver que há aqueles que reconhecem Deus como fonte de bênçãos, recebendo seu alimento com agradecimento, mesmo em público, desse modo expressando relação, como Jesus o fez. Para evitar o exibicionismo, pode-se fechar no quarto para orações mais longas.
Enfrentando arrogância intelectual, Jesus dava graças pelo propósito partilhado com respeito à verdade, escondida dos orgulhosos que apreciam suas próprias respostas, mas revelada aos humildes que a buscam (Mateus 11:25-26). Do mesmo modo, quando nossos propósitos estão em harmonia com o de Deus, não seremos abalados pelas pessoas notáveis desta escuridão. Daremos graças a Deus porque as insolentes celebridades do mundo não definem a verdade.
Jesus orava antes de iniciar a obra de Deus. Ele passou toda a noite orando antes de nomear os Doze (Lucas 6:12). Todos os pormenores desgastantes para iniciar uma obra não deverão inibir a oração, mas ordená-la. Continuar avante rumo à "glória de Deus" com uma petição inadequada sugere egoísmo e demasiada confiança em si mesmo.
O cansaço depois da ação também encontrou Jesus em oração. Ouvindo falar da morte de João, Jesus procurou a solidão, mas foi tragado pela maré humana que o seguia. Depois de curar os seus doentes, de alimentá-los, e de mandar embora seus discípulos, ele subiu a um monte para orar (Mateus 14:13-21). Seguindo-se outros dias estafantes, ele buscou alívio num lugar deserto (Marcos 1:25; Lucas 5:12-16), para orar.
Quando estamos muito pressionados, as orações de Jesus oferecem um melhor exemplo do que o sono desesperado de Elias, depois do triunfo sobre os profetas de Baal. Percebeu? A conseqüência do triunfo pode levar à decepção e à depressão. A fadiga pode trazer a vulnerabilidade e a tentação quando a oposição é implacável. Jesus encheu períodos em seguida a grande atividade com oração. Isto restaura a força, confiando na Fonte do triunfo.
A petição e a intercessão estão ligadas na oração de Jesus precedendo o Getsêmani (João 17). Ele apreciava a comunhão com o Pai. Ele também ansiava por uma maior comunhão que tinha sido rompida pela sua encarnação. A comunhão se tece por meio da oração. A intimidade com Deus leva a oração. Mas a necessidade reconhecida por maior intimidade é buscada adequadamente e efetivada na oração.
Outra marca dessa oração era a preocupação com outros, mais tarde exprimida na notável oração depois que Satanás procurou a queda de Pedro. Jesus orou para que a fé de Pedro não falhasse. Isto ensina-nos mais do que entendemos. Ele pediu ao Pai por algo que exigiria um ato de vontade por um outro. Desde que Deus não compeliria Pedro contra sua vontade, Deus tem que ter meios providênciais que podem afetar nossas escolhas ou, então, por que Jesus pediria? Um auxílio óbvio a Pedro foi o conhecimento de que Jesus oraria por sua fé. O conhecimento de nossas orações, por aqueles por quem oramos, pode ser acrescentado aos fatores favoráveis dos outros meios de Deus quando oramos.
Estas são algumas coisas que ocasionaram as orações de Jesus: sua sujeição e confiança, o agradecimento, o início de uma obra, o fim de um trabalho, a necessidade e o desejo de uma comunhão com Deus, a necessidade de outros verem esta comunhão, e a intercessão pelos outros. E, naturalmente, a necessidade de força no jardim. E minhas orações? Que sejam como as de Jesus!
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